domingo, 7 de dezembro de 2025

Hybrid Education: a dynamic and participatory educational ecosystem

To begin a thorough study on hybrid education, it is essential to clarify that this concept goes far beyond the simple combination of face-to-face teaching and distance learning. In view of the rapid technological and cultural transformations impacting education, it becomes crucial to understand hybrid education as a complex educational ecosystem, which integrates spaces, times, methodologies and technologies into a dynamic and collaborative system. Moreover, it is essential to explore the evolution of pedagogical practices, highlighting the shift from active methodologies — centered on the individual protagonism of the student — to participatory methodologies that emphasize the collective construction of knowledge and the active participation of all those involved in the teaching-learning process. This deeper understanding allows not only a theoretical grasp of the theme, but also guides the effective implementation of public policies and innovative educational practices, aligned with contemporary demands for flexibility, inclusion and engagement.

Hybrid education emerges as an innovative proposition that goes beyond the mere joining of face-to-face teaching and distance learning mediated by digital technologies. It is a multifaceted educational ecosystem that integrates spaces, times, methodologies and technologies, shaping a pedagogical environment that is dynamic, flexible and contextualized.

In Rede de Inovação para a Educação Híbrida (RIEH), hybrid education is defined as the planned combination and integration of face-to-face and non-face-to-face activities mediated by digital technologies, with the aim of extending educational times and spaces without losing student protagonism (Brasil, 2024; Lima, 2024). This definition — which I also defend — shows that hybrid education is more than a teaching model: it is an educational ecosystem where different environments (face-to-face, virtual, cultural, environmental) and methods articulate to promote continuous and meaningful learning experiences.

It is important to highlight that hybrid education is not reduced to online teaching combined with face-to-face work, as defined by Curtis J. Bonk & Charles Graham (2006). It involves innovation in curricular and pedagogical organization, expanding the flexibility for students to learn according to their rhythms and styles (Micheal B. Horn; Staker, 2015), and promoting teaching–learning processes that connect knowledge, practices and technologies in collaborative networks (George Siemens, 2004).

The hybrid education ecosystem is composed of physical and technological infrastructure — virtual learning environments (VLE), digital repositories, laboratories — and innovation nuclei that connect educational actors in an integrated network. Digital technologies are not merely utilitarian instruments, but part of the cultural and social environment that influences and is influenced by educational processes (Manuel Castells, 2003). Thus, digital culture and artificial intelligence become central elements to building innovative, inclusive and democratizing pedagogical practices.

In this sense, a historical conception must be revisited. Historically, active methodologies emerged to reposition the student as the protagonist of learning — encouraging them to become agents in the construction of knowledge through practices such as project-based learning, problem solving and group discussions. These methodologies, although often associated with the use of technologies, are based primarily on engagement and active construction of knowledge.

However, in the context of hybrid education, there is a shift towards participatory methodologies, which expand the focus from the individual student to collective participation and collaborative social practice (Araújo, 2018). Participatory methodologies are founded on four pillars: participation, sharing, collaboration and cooperation — promoting knowledge construction in environments of interaction between teachers and students who act together as mediators, organizers and agents of the educational process (Lima, 2024). This approach values the relationship between school knowledge and social practices, reinforcing an education embedded in real sociocultural contexts.

As we can see, implementing hybrid education requires — beyond technological infrastructure and internet access — a specialized techno-pedagogical training to prepare teachers and managers for dealing with the complexity of the hybrid ecosystem (Ferreira; Pimentel, 2023). Educational management must consider public policies that ensure digital inclusion, guarantee flexibility of spaces and times, and foster the effective participation of all subjects in the educational process.

The main challenge is to maintain continuous engagement and interaction among participants — a fundamental requirement for hybrid education to be effective (Pimentel et al., 2024). For this, it is essential to develop participatory methodologies that take into account the students’ contexts, promote synchronous and asynchronous contextualized interactions, and value active, critical participation of learners.

Thus arises the proposal to advance the conceptual understanding of hybrid education as an educational ecosystem — representing an integrated and innovative response to the contemporary demands of education in a highly digitalized and interconnected world. Its educational practice evolves from student protagonism in active methodologies to the collective, critical and participatory construction of knowledge. This educational model opens paths to a more inclusive, flexible and socially committed education, aligned with the principles of digital culture and active citizenship.


Here are some resources for further reading:

ARAÚJO, J. C. S. Da Metodologia Ativa à Metodologia Participativa. In: VEIGA, I. P. A. (Org.) Metodologia Participativa e as Técnicas de Ensino-aprendizagem. Curitiba: CRV 2017. p. 17-54.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 2, de 13 de novembro de 2024. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – DCNEM. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 14 nov. 2024. Disponível em: https://abmes.org.br/legislacoes/detalhe/4968/resolucao-cne-ceb-n-2 . Acesso em: 10 abr. 2025.

CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

FERREIRA, L. F. S.; PIMENTEL, F. S. C. FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA INCORPORAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR. Cadernos de Pesquisa, v. 30, n. 2, p. 303–321, 30 Jun 2023 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/view/1706. Acesso em: 7 nov 2025.

GRAHAM, C. Blended learning systems: definition, current trends, and future directions. In C. J. Bonk & C. R.Graham (ORG.). The handbook of blended learning: global perspectives, local designs. San Francisco: John Wiley & Sons, Inc, p.136-149, 2006

HORN, M. B.; STAKER, H. Blended: Using Disruptive Innovation to Improve Schools. San Francisco, CA: Jossey-Bass, 2015.

LIMA, D. C. B. P. Educação Híbrida em Contexto com a RIEH: Conceito e Orientações Pedagógicas. Maceió: Edufal, 2024.

PIMENTEL, F. S. C.; RITA, L. P. S.; PINTO, I. M. B. S.; JUNIOR, N. B. dos S.; AMARO, M. J. R. Educação Híbrida na formação de gestores: uma visão experiencial dos impactos e desafios. EmRede - Revista de Educação a Distância[S. l.], v. 11, 2024. DOI: 10.53628/emrede.v11i.1080. Disponível em: https://www.aunirede.org.br/revista/index.php/emrede/article/view/1080. Acesso em: 7 nov. 2025.

SIEMENS, G. Elearnspace. Connectivism: A learning theory for the digital age. Elearnspace. org, p. 14-16, 2004. Disponível em: https://citeseerx.ist.psu.edu/document?repid=arep1&type=pdf&doi=f87c61b964e32786e06c969fd24f5a7d9426f3b4 Acesso em: 7 nov 2025.


A Formação de Pedagogos e os Desafios da Educação Não Formal

 


Acaba de ser publicado um novo artigo que aprofunda uma discussão essencial, mas ainda pouco explorada na formação docente: a preparação dos pedagogos para atuar na Educação Não Formal.

Embora as Diretrizes Curriculares apontem para uma formação ampla, o estudo revela que, na prática, os cursos de Pedagogia, incluindo o da Universidade Federal de Alagoas, continuam concentrados quase exclusivamente na Educação Formal. O resultado? Profissionais que ingressam no campo educativo carregando lacunas importantes, especialmente quando precisam intervir em espaços sociais, culturais e comunitários que não seguem a lógica escolar tradicional.

Neste artigo analisamos essas lacunas a partir de um Diagrama de Ishikawa e propomos uma Teoria da Mudança, organizando causas, evidências e caminhos possíveis para transformar essa realidade. Além disso, apresenta pesquisas nacionais e internacionais que mostram o potencial transformador da Educação Não Formal e defendem a urgência de integrá-la, de fato, à formação inicial dos pedagogos.

Por que vale a leitura?

  • Você entenderá como o currículo dos cursos de Pedagogia ainda marginaliza a Educação Não Formal.

  • Verá exemplos reais de como esse campo pode impactar positivamente crianças, jovens e comunidades.

  • Terá acesso a uma análise sólida, fundamentada e visualmente organizada sobre o porquê a formação atual não dá conta desse desafio.

  • E, principalmente, poderá refletir sobre como formar pedagogos mais preparados, críticos e conscientes da amplitude de sua atuação.

Acesse o artigo completo e descubra por que a Educação Não Formal precisa urgentemente deixar de ser coadjuvante na formação docente.

Disponível em: https://fafire.emnuvens.com.br/lumen/article/view/837

SANTOS, Débora Letícia da Silva; SANTOS, Maria Jordana Cavalcanti; PIMENTEL, Fernando Silvio Cavalcante. Formação de Pedagogos: uma análise da educação não formal no projeto pedagógico curricular do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Alagoas. Revista Lumen, Recife, v. 34, n. 1, p. 106–127, 2025. Disponível em: https://fafire.emnuvens.com.br/lumen/article/view/837. Acesso em: 7 dez. 2025.

terça-feira, 25 de novembro de 2025

E o pesquisador, um cartógrafo?

Como parte de uma investigação que venho realizando, apresento aqui alguma reflexões sobre o papel do pesquisador quando assume a cartografia como metodologia de pesquisa enquanto abordagem de procedimentos.

São reflexões a partir da literatura, como também da caminhada metodológica.


Nos últimos anos, a cartografia tem ganhado espaço no campo da pesquisa em educação, especialmente quando o objetivo é compreender práticas complexas, dinâmicas e em constante transformação, como a educação híbrida. Diferentemente dos métodos tradicionais, que buscam representar uma realidade supostamente estática e objetiva, a cartografia propõe mergulhar nos processos, acompanhar fluxos e caminhar junto com os sujeitos envolvidos. É nesse contexto que o papel do pesquisador ganha novos contornos: ele deixa de ser um observador distante para tornar-se um pesquisador-cartógrafo, que se implica, se afeta e coengendra o campo investigado.

1. Pesquisar com o campo, não sobre o campo

Uma das premissas centrais da cartografia é que o conhecimento não é produzido de fora, mas no contato, na experiência compartilhada entre pesquisador e campo. O pesquisador-cartógrafo participa das dinâmicas, conversa, observa, registra, intervém naturalmente e, acima de tudo, se deixa afetar. Essa postura, longe de comprometer o rigor científico, amplia a profundidade da análise, pois reconhece que toda pesquisa é atravessada por subjetividades, relações, tensões e sensibilidades.

A cartografia, portanto, exige atenção, abertura e presença. Cada gesto, cada fala e cada encontro é tomado como pista que ajuda a compor o mapa em constante movimento que é a realidade educacional.

2. O pesquisador como parte ativa do processo

Na perspectiva cartográfica, o pesquisador não é neutro, e nem precisa ser. Ele assume sua posição como alguém que transforma e é transformado, que intervém e aprende, que registra e participa. O conceito de coengendramento, inspirado em Deleuze e Guattari, aparece como central: pesquisador e campo se constituem mutuamente ao longo da investigação.

Isso significa que:
  • o dado não está “dado”: ele se produz na relação; 
  • a escrita é sempre situada e engajada; 
  • o pesquisador admite sua própria implicação ética e afetiva; e
  • a análise nasce do encontro entre experiência e reflexão. 
Ao compreender que mapear é criar, e não apenas descrever, o pesquisador-cartógrafo desenvolve uma postura inventiva, crítica e sensível, reconhecendo que sua presença opera como força produtiva dentro do campo.

3. A educação híbrida como território em movimento

A cartografia é especialmente potente quando aplicada a fenômenos que não se deixam capturar por definições rígidas, como a educação híbrida. Longe de significar apenas a combinação entre presencial e virtual, a educação híbrida se mostra, segundo o texto, como um ecossistema vivo, no qual tecnologias, afetos, práticas pedagógicas, políticas públicas e relações humanas se entrelaçam. É, portanto, um território que muda o tempo todo.

Nesse cenário, o pesquisador-cartógrafo se torna uma espécie de antena sensível: acompanha fluxos, identifica tensões, reconhece potências, observa resistências e mapeia como o humano e o tecnológico se reconfiguram mutuamente nas práticas educativas.

4. Por que apostar na cartografia como metodologia em educação?

Porque ela:
  • valoriza o processo, e não apenas o resultado; 
  • reconhece a educação como prática viva, relacional e imprevisível; 
  • produz conhecimentos situados e comprometidos com a realidade; 
  • permite captar elementos que métodos mais tradicionais tendem a ignorar; 
  • dá visibilidade às forças, afetos e movimentos que atravessam o campo educacional; e
  • rompe com a ilusão da neutralidade e assume uma ética da presença e da escuta. 
No contexto brasileiro atual, marcado por políticas públicas emergentes, novos modelos pedagógicos e intensificação das tecnologias digitais na escola, a cartografia oferece um caminho metodológico capaz de acompanhar essas transformações sem engessá-las.

Ainda sem querer concluir… o papel do pesquisador na cartografia é, acima de tudo, o papel de alguém que caminha entre o mapa e o território. Ele não busca representar a realidade de forma definitiva, mas construir mapas vivos, provisórios e sensíveis aos deslocamentos do campo. Isso faz com que a cartografia seja mais do que uma técnica: ela se torna uma atitude ética, estética e política diante da pesquisa.

Num tempo em que a educação se reconfigura rapidamente, apostar em metodologias que acolham a complexidade, e que reconheçam o pesquisador como parte dela, não é apenas uma escolha metodológica, mas uma necessidade epistemológica.

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Reflexões sobre inovação na educação

 


Nesta semana, tive a alegria de participar do Esud (https://www.ufmg.br/dedd/esud2025/), um dos eventos mais relevantes do país quando o assunto é educação a distância, tecnologias educacionais e práticas inovadoras de ensino. Foi uma oportunidade inspiradora para reencontrar colegas, conhecer novas pesquisas e, principalmente, participar de uma mesa dedicada ao tema da inovação na educação.

Durante a mesa, debatemos as bases teóricas que sustentam o conceito de inovação e refletimos sobre como transformar práticas pedagógicas de forma intencional, significativa e com impacto real na aprendizagem dos estudantes. De acordo com a apresentação compartilhada no encontro, inovar na educação significa articular ideia, ação e resultado, garantindo que a mudança gere valor percebido e melhorias efetivas no processo educativo 

Entre os pontos discutidos, destacaram-se:

  • a necessidade de compreender onde, quando, com quem e com o que se aprende, além de reconhecer que o foco precisa migrar do ensinar para o aprender;
  • a defesa de que professores não são cobaias, mas sim sujeitos ativos de aprendizagem, que também se transformam e crescem ao refletir sobre sua prática;
  • a importância das estratégias metacognitivas (planejamento, monitoramento e regulação da motivação) como ferramentas essenciais para desenvolver autonomia e promover processos de pensamento mais complexos nos estudantes; e 
  • a ideia de que avaliação é comunicação: partilhar aprendizagens, criar relações e compreender como a informação pode ser usada para melhorar continuamente o processo formativo 

Também discutimos o papel social da educação, reforçando que ela não é um privilégio, mas um direito, e que a universidade faz parte da comunidade. Qualquer inovação precisa estar alinhada a esse compromisso ético, político e humano, não podendo se limitar a soluções paliativas ou superficiais.

Participar dessa mesa foi uma experiência profundamente enriquecedora. Saio do Esud com novas inquietações, novas perguntas e um desejo ainda maior de contribuir para práticas pedagógicas mais conscientes, mais críticas e mais transformadoras.

Que possamos seguir construindo, juntos, caminhos inovadores para a educação, sempre com ética, responsabilidade e compromisso com o outro e com o mundo ao nosso redor.

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Educação Híbrida: um ecossistema educativo dinâmico e participativo

Para iniciar um estudo aprofundado sobre educação híbrida, é fundamental esclarecer que esse conceito vai muito além da mera combinação entre o ensino presencial e o ensino a distância. Diante das rápidas transformações tecnológicas e culturais que impactam a educação, torna-se imprescindível compreender a educação híbrida como um ecossistema educativo complexo, que integra espaços, tempos, metodologias e tecnologias em um sistema dinâmico e colaborativo. Além disso, é essencial explorar a evolução das práticas pedagógicas, destacando a transição das metodologias ativas, centradas no protagonismo individual do estudante, para metodologias participativas que enfatizam a construção coletiva do conhecimento e a participação ativa de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Esse aprofundamento permite não apenas o entendimento teórico do tema, mas também orienta a implementação eficaz de políticas públicas e práticas educativas inovadoras, alinhadas às demandas contemporâneas por flexibilidade, inclusão e engajamento.

A educação híbrida emerge como uma proposta inovadora que ultrapassa a simples junção entre ensino presencial e ensino à distância mediado por tecnologias digitais. Trata-se de um ecossistema educativo multifacetado que integra espaços, tempos, metodologias e tecnologias, configurando-se como um ambiente pedagógico dinâmico, flexível e contextualizado.

Na Rede de Inovação para a Educação Híbrida (RIEH), educação híbrida é a combinação e integração planejada de atividades presenciais e não presenciais mediadas por tecnologias digitais, com o intuito de ampliar os tempos e espaços educativos sem perder o protagonismo discente (Brasil, 2024; Lima, 2024). Essa definição, que também defendo, evidencia que a educação híbrida é mais que um modelo de ensino; é um ecossistema educativo em que diferentes ambientes (presencial, virtual, cultural, ambiental) e métodos se articulam para promover experiências de aprendizagem contínuas e significativas.

Importante destacar que a educação híbrida não se reduz ao ensino online combinado ao presencial, conforme Graham (2006). Ela envolve inovação na organização curricular e pedagógica, ampliando a flexibilidade para que estudantes aprendam conforme seus ritmos e estilos (Horn; Staker, 2015), e promovendo processos de ensino-aprendizagem que conectam saberes, práticas e tecnologias em redes colaborativas (Siemens, 2004).


O ecossistema de educação híbrida é composto por infraestrutura física e tecnológica, ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), repositórios digitais, laboratórios e núcleos de inovação que conectam os atores educacionais em uma rede integrada. As tecnologias digitais não são instrumentos meramente utilitários, mas parte do ambiente cultural e social que influencia e é influenciado pelos processos educativos (Castells, 2003). Assim, a cultura digital e a inteligência artificial passam a ser elementos centrais para construir práticas pedagógicas inovadoras, inclusivas e democratizadoras.

Nesse sentido, um outro conceito deve ser revisto. Historicamente, as metodologias ativas surgiram para reposicionar o estudante como protagonista do aprendizado, estimulando-o a ser agente na construção do conhecimento por meio de práticas como a aprendizagem baseada em projetos, resolução de problemas e discussões em grupo. Essas metodologias, apesar de associarem-se ao uso de tecnologias, são baseadas principalmente no engajamento e na construção ativa do saber.

Entretanto, no contexto da educação híbrida, observa-se uma progressão para metodologias participativas, que ampliam o foco do estudante individual para a participação coletiva e o compartilhamento colaborativo na prática social (Araújo, 2018). As metodologias participativas fundamentam-se em quatro pilares: participação, compartilhamento, colaboração e cooperação, promovendo a construção de conhecimento em ambientes de interação entre professores e estudantes que atuam juntos como mediadores, organizadores e agentes da construção do processo educativo (Lima, 2024). Esta abordagem valoriza a relação entre os saberes escolares e as práticas sociais, reforçando uma educação inserida em contextos socioculturais reais.

Como podemos ver, a implementação da educação híbrida requer, além da infraestrutura tecnológica e do acesso à internet, uma formação tecno-pedagógica especializada que prepare docentes e gestores para lidar com a complexidade do ecossistema híbrido (Ferreira; Pimentel, 2023). A gestão educacional deve contemplar políticas públicas que assegurem a inclusão digital, garantam a flexibilização de espaços e tempos e fomentem a participação efetiva dos sujeitos do processo educativo.

O principal desafio é manter o engajamento e a interação contínua dos participantes, requisito fundamental para que a educação híbrida seja eficaz (Pimentel et al., 2024). Para isso, é essencial desenvolver metodologias participativas que contemplem o contexto dos estudantes, promovam interações síncronas e assíncronas contextualizadas, e valorizem a participação ativa e crítica dos aprendizes.

Fica então a proposta de avançarmos no entendimento conceitual em que a educação híbrida é concebida como um ecossistema educativo, e representa uma resposta integrada e inovadora às demandas contemporâneas da educação em um mundo altamente digitalizado e interconectado. Sua prática educativa evolui do protagonismo do estudante em metodologias ativas para a construção coletiva, crítica e participativa do conhecimento. Este modelo educacional abre caminhos para uma educação mais inclusiva, flexível e socialmente comprometida, alinhada aos princípios da cultura digital e da cidadania ativa.

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Algumas referências, para aprofundamento:

ARAÚJO, J. C. S. Da Metodologia Ativa à Metodologia Participativa. In: VEIGA, I. P. A. (Org.) Metodologia Participativa e as Técnicas de Ensino-aprendizagem. Curitiba: CRV 2017. p. 17-54.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 2, de 13 de novembro de 2024. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – DCNEM. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 14 nov. 2024. Disponível em: https://abmes.org.br/legislacoes/detalhe/4968/resolucao-cne-ceb-n-2 . Acesso em: 10 abr. 2025.

CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

FERREIRA, L. F. S.; PIMENTEL, F. S. C. FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA INCORPORAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR. Cadernos de Pesquisa, v. 30, n. 2, p. 303–321, 30 Jun 2023 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/view/1706. Acesso em: 7 nov 2025.

GRAHAM, C. Blended learning systems: definition, current trends, and future directions. In C. J. Bonk & C. R.Graham (ORG.). The handbook of blended learning: global perspectives, local designs. San Francisco: John Wiley & Sons, Inc, p.136-149, 2006

HORN, M. B.; STAKER, H. Blended: Using Disruptive Innovation to Improve Schools. San Francisco, CA: Jossey-Bass, 2015.

LIMA, D. C. B. P. Educação Híbrida em Contexto com a RIEH: Conceito e Orientações Pedagógicas. Maceió: Edufal, 2024.

PIMENTEL, F. S. C.; RITA, L. P. S.; PINTO, I. M. B. S.; JUNIOR, N. B. dos S.; AMARO, M. J. R. Educação Híbrida na formação de gestores: uma visão experiencial dos impactos e desafios. EmRede - Revista de Educação a Distância, [S. l.], v. 11, 2024. DOI: 10.53628/emrede.v11i.1080. Disponível em: https://www.aunirede.org.br/revista/index.php/emrede/article/view/1080. Acesso em: 7 nov. 2025.

SIEMENS, G. Elearnspace. Connectivism: A learning theory for the digital age. Elearnspace. org, p. 14-16, 2004. Disponível em: https://citeseerx.ist.psu.edu/document?repid=arep1&type=pdf&doi=f87c61b964e32786e06c969fd24f5a7d9426f3b4 Acesso em: 7 nov 2025.


quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Nova publicação internacional destaca a transformação digital na Universidade Aberta do Brasil (UAB/UFAL)

 

Em coautoria com as professoras Lilian Kelly de Almeida Figueiredo Voss e Natallya de Almeida Levino, acabamos de publicar artigo na Revista Digital de Investigación en Docencia Universitaria (RIDU, Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas – Peru).

O artigo, intitulado “Transformação digital: diagnóstico e planejamento no desenvolvimento de ações na Universidade Aberta do Brasil”, analisa os desafios e estratégias da Coordenadoria Institucional de Educação a Distância (Cied) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) no processo de fortalecimento da transformação digital no ensino superior público.

Baseado na metodologia Problem Driven Iterative Adaptation (PDIA), o estudo identificou gargalos como a sobrecarga burocrática dos coordenadores, o distanciamento entre gestão e pedagogia, e a baixa compreensão dos estudantes sobre a EaD. A aplicação do PDIA possibilitou o mapeamento desses desafios e a implementação de estratégias adaptativas e colaborativas, promovendo uma cultura institucional mais participativa e responsiva.

O trabalho conclui que a transformação digital na educação vai além da adoção tecnológica — exige mudanças estruturais, culturais e de gestão, baseadas em aprendizagem organizacional contínua. A experiência da Ufal, no âmbito da UAB, demonstra como metodologias participativas podem fortalecer as capacidades institucionais e fomentar práticas mais sustentáveis na educação a distância.

Convidamos todos à leitura do artigo, disponível em acesso aberto no link:

https://revistas.upc.edu.pe/index.php/docencia/article/view/2097


PIMENTEL, F. S. C.; VOSS, L. K. A. F.; LEVINO, N. A. Digital transformation: diagnosis and planning in the development of actionsat the Open University of Brazil. Revista Digital de Investigación en Docencia Universitaria, [S. l.], v. 19, n. 2, p. e2097, 2025. DOI: 10.19083/ridu.2025.2097. Disponível em: https://revistas.upc.edu.pe/index.php/docencia/article/view/2097. Acesso em: 5 nov. 2025.


domingo, 2 de novembro de 2025

Novo Livro-Texto Disponível: Ecossistema Educativo 4 – Recursos Educacionais Digitais (REDs)

 

Compartilho com todos a publicação do livro-texto “Ecossistema Educativo 4: Recursos Educacionais Digitais (REDs)”, de minha autoria em parceria com o mestre Fernando Wagner da Costa. O material já está disponível para download e integra o curso “Educação Híbrida para Docentes: da Compreensão à Prática Pedagógica”, que propõe um ecossistema educacional cuidadosamente estruturado, combinando atividades presenciais e digitais mediadas pelo planejamento docente e pela cultura digital, como parte das ações da Rede de Inovação para a Educação Híbrida (RIEH).

Neste livro, exploramos o universo dos Recursos Educacionais Digitais (REDs), oferecendo estratégias para utilizar diferentes formatos e mídias que atendam às diversas necessidades de aprendizagem, e que apoiem a construção de planos de aula e práticas pedagógicas híbridas para o Ensino Médio de forma crítica e reflexiva.

A publicação está organizada em três núcleos:

  1. Introdução aos REDs – Conceitos de educação híbrida, tipos de REDs (vídeos, jogos, podcasts, etc.), ciclo de vida dos recursos, princípios dos 5Rs (Reutilizar, Revisar, Remixar, Redistribuir, Reter) e integração estratégica no Ensino Médio.

  2. Panorama de repositórios e compartilhamento ético – Principais repositórios (Repositório da RIEH, MECRED, OER Commons), criação, compartilhamento ético, licenças abertas e submissão de REDs.

  3. Curadoria de REDs – Seleção, organização, avaliação, integração em planos de aula, critérios de curadoria, modelo de metadados e exemplos práticos de utilização em diferentes momentos da aula.

Este material é um recurso valioso para docentes que desejam aprofundar sua prática pedagógica híbrida e ampliar suas estratégias com REDs de forma reflexiva e fundamentada.

📥 Baixe agora o livro-textohttps://portaldelivros.ufg.br/index.php/cegrafufg/catalog/book/852

Registro do I SIMAPE: reflexão e troca de experiências sobre a pós-graduação em ensino na Ufal

 


Acabo de participar do I Simpósio Alagoano de Pesquisa em Ensino (I SIMAPE), uma ocasião singular de encontro entre pesquisadores, docentes e estudantes apaixonados por formação docente e inovação pedagógica. Minha participação ocorreu na mesa-redonda dedicada à pós-graduação em ensino na Ufal, um espaço de diálogo produtivo sobre caminhos, desafios e possibilidades da formação avançada na nossa instituição.

Ao meu lado, compuseram a mesa os seguintes docentes convidados: Profa. Dra. Ana Paula Fernandes, Prof. Dr. Ivanderson Pereira da Silva e Prof. Dra. Tereza Cristina Cavalcanti de Albuquerque.


A troca de experiências foi rica e estimulante. Discutimos trajetórias de pesquisa, vigilantemente sobre a qualidade e relevância dos programas de pós-graduação em ensino, práticas metodológicas, interfaces entre ensino, pesquisa e extensão, bem como as perspectivas de formação de docentes para os cenários atuais e futuros. Foi especialmente significativo para mim, enquanto novo coordenador do polo Renoen na Ufal, experimentar esse momento de convivência intelectual: um espaço de escuta, questionamento e construção compartilhada de ideias que fortalecem nossa prática de coordenação, bem como o compromisso com a formação de professores que atuam com responsabilidade, criatividade e cuidado.

Notas sobre a mesa-redonda:


  • Tópicos discutidos incluíram caminhos de formação, avaliação de impactos da pós-graduação no campo educacional, e estratégias para ampliar a articulação entre pesquisa acadêmica e prática pedagógica.
  • As intervenções dos colegas trouxeram perspectivas diversas que enriqueceram a construção coletiva de políticas e práticas para a formação continuada de docentes.

Agradeço aos discentes organizadores do 1º SIMAPE pela acolhida e pela oportunidade de diálogo, aos debatedores pela generosidade de compartilhar saberes, e aos participantes que se envolveram ativamente nas perguntas e contribuições.

Como coordenador do polo Renoen, sigo firme no compromisso de promover espaços de participação, cooperação interinstitucional e desenvolvimento de projetos que conectem pesquisa, formação docente e atuação comunitária.



Formar professores com inteireza: arte, resistência e esperança — leia minha matéria na Saber Ufal

 


É com prazer que compartilho uma reflexão publicada recentemente na revista Saber Ufal. Intitulada Formar professores na dimensão da inteireza: arte, resistência e esperança no Ichica Ufal, a matéria oferece uma importante perspectiva sobre o compromisso da formação docente para além de técnicas e conteúdos, enfatizando a dimensão humana, ética e estética da profissão.

Nesta leitura, proponho pensar a formação de professores como um processo centrado na inteireza: a integração de saberes, saberes fazeres e saberes ser, entendida como prática emancipada, criativa e responsável. Reflito sobre como arte, resistência e esperança constroem caminhos possíveis para a atuação pedagógica, especialmente em tempos desafiadores, em que a educação precisa de vontade de transformar, cuidado com o outro e imaginação para sonhar novas formas de aprender e ensinar.

Convido você a acessar a matéria pelo link: https://www.seer.ufal.br/index.php/saberufal/issue/view/827/423

Por que ler?
- Aborda uma visão integrada da formação de docentes, conectando teoria, prática e ética pedagógica.
- Propõe um vocabulário rico para discutir questões de currículo, inclusão, diversidade e participação cidadã na escola.
- Oferece insights que podem embasar suas leituras, projetos de estágio, monografias e debates em tutoria.

Como você pode aproveitar:
- Compartilhar o artigo com colegas de curso, grupos de pesquisa e redes de educação que você acompanha.
- Anotar trechos que dialoguem com suas experiências de estágio ou com temas que você está desenvolvendo.
- Refletir sobre como incorporar, na sua prática, conceitos de arte, resistência e esperança, buscando uma formação mais plena e sensível.

Boa leitura a todos e até breve!

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Laboratórios virtuais no ensino de Química na Educação a Distância: acessibilidade, benefícios e desafios

 



É com grande satisfação que compartilhamos a publicação do capítulo Laboratórios virtuais no ensino de Química na Educação a Distância: acessibilidade, benefícios e desafios, de nossa autoria —Prof. Fernando Silvio C. Pimentel e Profa. Monique Gabriella Angelo da Silva — no livro Didáticas e Práticas de Ensino: Reflexões e Experiências Docentes no Ensino Superior, organizado pelas professoras Ana Carolina Faria Coutinho Gléria e Jeane Felix.

Neste capítulo, refletimos sobre o uso de laboratórios virtuais como recurso pedagógico no ensino de Química na modalidade EaD, analisando suas potencialidades, desafios e contribuições para a formação docente. Discutimos como os recursos digitais podem ampliar a acessibilidade e proporcionar experiências imersivas e significativas, mesmo em contextos onde há escassez de laboratórios físicos.

A pesquisa evidencia que o processo de ensino-aprendizagem pode — e deve — ultrapassar as fronteiras do espaço físico, integrando tecnologia, interatividade e experimentação virtual como caminhos para uma educação mais inclusiva e dinâmica. 

Livro: Didáticas e Práticas de Ensino: Reflexões e Experiências Docentes no Ensino Superior
Organizadoras: Ana Carolina Faria Coutinho Gléria e Jeane Felix
Capítulo: Laboratórios Virtuais no Ensino de Química na Educação a Distância: acessibilidade, benefícios e desafios
Autoria: Fernando Silvio Cavalcante Pimentel e Profa. Monique Gabriella Angelo da Silva


O livro está disponível no formato e-book (gratuitamente) no link: https://edufal.com.br/Produtos/Detalhes/514884

domingo, 26 de outubro de 2025

Escrever uma dissertação: o exercício formativo de produzir conhecimento

Escrever uma dissertação é mais do que cumprir uma exigência acadêmica. É um exercício de pensamento científico, um processo de formação intelectual e ética que conduz o pesquisador a compreender o mundo com rigor, método e sensibilidade. No percurso de uma dissertação, o estudante de mestrado aprende a se mover entre a teoria e a realidade, entre o que já se sabe e o que ainda precisa ser descoberto.

A dissertação é, por excelência, o registro de uma investigação construída com propósito. Nela, o pesquisador formula uma pergunta relevante, mobiliza referenciais teóricos, define estratégias metodológicas e analisa dados para produzir respostas fundamentadas. Cada etapa desse percurso tem sua função, mas todas se articulam em torno de um mesmo eixo: a produção de conhecimento novo, consistente e socialmente significativo.

Muitas vezes, os pesquisadores iniciantes acreditam que o referencial teórico serve apenas para “mostrar” domínio de leitura ou familiaridade com determinados autores. Essa é uma compreensão limitada. O referencial teórico não é um adorno, nem um capítulo isolado: é a lente pela qual o pesquisador enxerga o fenômeno estudado. É ele que orienta o olhar, ajuda a formular as perguntas certas, organiza a interpretação e sustenta o diálogo entre os dados empíricos e o campo conceitual da pesquisa.

Por isso, na análise dos dados, a teoria precisa estar viva. É à luz do referencial teórico que o pesquisador compreende o que os dados revelam (ou silenciam), identifica padrões, contradições e sentidos. A análise não é um exercício de descrição, mas um processo interpretativo que busca responder à pergunta da pesquisa, atestando ou confrontando hipóteses, e conduzindo à construção das conclusões. Em outras palavras, é no diálogo entre dados e teoria que o conhecimento científico se concretiza.

Uma dissertação bem escrita, portanto, não é aquela que apenas segue uma estrutura formal (introdução, referencial, metodologia, resultados e considerações finais), mas aquela que mantém coerência entre todas as partes, evidenciando um pensamento articulado. Ela mostra que o pesquisador compreende o seu tema, domina as ferramentas teóricas e metodológicas e, sobretudo, é capaz de produzir uma leitura original da realidade.

Escrever uma dissertação é, afinal, um gesto de autoria intelectual. É o momento em que o pesquisador se reconhece como parte da comunidade científica e se coloca em diálogo com outros estudiosos, contribuindo, à sua maneira, para o avanço da reflexão e da prática educacional. 



sexta-feira, 24 de outubro de 2025

I Simpósio Alagoano de Pesquisa em Ensino

 


Venha participar do primeiro grande encontro dedicado à reflexão, diálogo e fortalecimento da pesquisa em ensino em Alagoas!

📅 31 de outubro e 1º de novembro de 2025
📍 UFAL e Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso
🎓 Realização: Universidade Federal de Alagoas – CEDU/UFAL


🔹 31 de outubro | Sexta-feira

📍 Auditório do CEDU/UFAL
A partir das 10h

OFICINAS:

  1. Do Paper à Prática – Estratégias de Popularização e Impacto Social da Pesquisa

  2. Entre Letras e Algoritmos: O Poder da Escrita Criativa e Colaborativa com IA

📍 Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso
A partir das 18h

PALESTRA DE ABERTURA:
🗣️ A Pesquisa em Ensino no Brasil: Desafios e Perspectivas


🔹 1º de novembro | Sábado

📍 Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso
A partir das 9h

LANÇAMENTO DE LIVROS:

  1. Grupo de Pesquisa em Educação em Ciências e Tecnologias Afro-Latino-Americanas

  2. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino e Formação de Professores – UFAL

MESA REDONDA:

  1. Formação de Professores e Ensino de Ciências

  2. Desafios do Ensino da Matemática na Sociedade Contemporânea

PALESTRA DE ENCERRAMENTO:
🗣️ Ser Pesquisador/a em Ensino no Cenário Atual: A Visão dos/as Egressos/as da Renoen/UFAL


📢 Participe e contribua para o fortalecimento da pesquisa em ensino em Alagoas!
💬 O evento é aberto à comunidade acadêmica, pesquisadores/as e interessados/as em educação e inovação.

O I Simpósio Alagoano de Pesquisa e Ensino (I SIMAPE) é uma iniciativa do Programa de Doutorado em Ensino da Rede Nordeste de Ensino (Renoen/Ufal), idealizada para fortalecer a reflexão e o diálogo entre pesquisa, prática docente e formação de professores nas diversas áreas do conhecimento, se realizará no município de Maceió - AL, com atividades distribuídas entre o Auditório do Cedu/Ufal e o Centro de Convenções.

Inscrições e outras informações em: https://doity.com.br/i-encontro-alagoano-de-pesquisa-em-ensino-de-cincias-e-matemtica-currculo-cultura-e-prticas-transfor


terça-feira, 21 de outubro de 2025

A concepção de presencialidade no novo marco regulatório da EaD

 


Na próxima semana estarei participando do 6º Congresso Nordestino de Educação a Distância, onde apresentarei a palestra virtual “A concepção de presencialidade no novo marco regulatório da EaD”.

Nesta fala, proponho uma reflexão sobre o sentido contemporâneo de presença na Educação a Distância. Discutirei como o novo marco regulatório (2024–2025) amplia o conceito de presencialidade, superando a ideia de que estar presente é apenas ocupar o mesmo espaço físico.

Inspirado por autores como Heidegger, Merleau-Ponty e Levinas, abordarei a presença como ato de relação, diálogo e sentido — uma vivência pedagógica que pode ocorrer tanto em ambientes físicos quanto digitais. A palestra também trará perspectivas sobre:
  • a reconfiguração das proporções entre presencial e EaD nos cursos;
  • o papel da mediação docente e da tutoria ativa;
  • os desafios regulatórios e tecnológicos da EaD contemporânea;
  • e a importância de pensar a presença digital, cognitiva e afetiva como dimensões complementares da aprendizagem.
Convido todos os colegas, pesquisadores e profissionais da educação a participar deste importante momento de debate sobre os caminhos e as transformações da Educação a Distância no Brasil.

📅 Data: 30/10 - 8h30 às 10h
📍 Evento: 6º Congresso Nordestino de Educação a Distância
💬 Tema: A concepção de presencialidade no novo marco regulatório da EaD


“Na educação, a presença não é medida pelo corpo que ocupa o espaço, mas pela consciência que habita o encontro.”

Nos vemos lá!

Mais informações em: https://cnead2025.ifs.edu.br/#inicio

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

Lançamento de e-book na 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas

A 11ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas está chegando, e com ela vem um momento muito especial para todos que acreditam no poder da educação e da pesquisa colaborativa!

No dia 8 de novembro, às 16h, no estande da Edufal, acontece o lançamento do e-book “Recursos Digitais Educacionais no contexto dos cursos da Universidade Aberta do Brasil”.

Organizado pelos pesquisadores Fernando S. C. Pimentel e Monique G. A. da Silva, o livro reúne uma coletânea de pesquisas desenvolvidas em diversas universidades brasileiras, trazendo reflexões, experiências e propostas inovadoras sobre o uso de tecnologias e recursos digitais no ensino superior.

O e-book está disponível gratuitamente (https://www.edufal.com.br/Produtos/Detalhes/514877), reforçando o compromisso dos autores e organizadores com a democratização do conhecimento e com a formação docente de qualidade.

A iniciativa é uma realização da @Cied_ufal, com apoio dos grupos de pesquisa @comunidadesvirtuaisufal e @quiciencia, que estarão presentes para receber o público e compartilhar essa conquista.

✨ Você é nosso convidado especial!
Venha conhecer a obra, conversar com os pesquisadores e participar desse momento de celebração do conhecimento e da educação digital.

📅 Data: 8 de novembro
🕓 Horário: 16h
📍 Local: Estande da Edufal, na Bienal Internacional do Livro de Alagoas

Esperamos por você! 💙

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Momento transformador para a educação brasileira

Compartilho aqui o registro que, nos dias 15 a 17 de outubro de 2025, estive presente no campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) participando da 2ª Expo RIEH, evento promovido pela Rede de Inovação para a Educação Híbrida (RIEH) e 1º Encontro de Rede de Ensino Médio do Ministério da Educação (MEC).

A iniciativa integra a política nacional de recuperação das aprendizagens e busca impulsionar a combinação de atividades presenciais com estratégias digitais e inovadoras em âmbito nacional. Durante a abertura oficial do evento, tive a honra de representar o reitor da Ufal na mesa de abertura, contribuindo para as reflexões iniciais sobre os rumos da educação híbrida no país.

Na mesa de abertura, foram discutidos temas centrais para garantir o direito à educação a jovens do ensino médio, bem como os desafios e oportunidades da implementação da modalidade híbrida. A discussão enfatizou que a educação híbrida não compete com o trabalho dos professores, mas amplia o seu alcance, promovendo novos formatos pedagógicos e possibilidades de aprendizagem.



Entre os pontos destacados: 
  • A necessidade de políticas de formação continuada para que docentes possam mediar com segurança ambientes presenciais e virtuais; 
  • O entendimento de que a modalidade híbrida precisa ser planejada com coerência, para oferecer aos estudantes não apenas acesso à sala de aula física, mas também à pluralidade de caminhos que o digital permite; 
  • A relevância da RIEH como estratégia institucional consolidada nos decretos e portarias federais (Decreto n.º 11.079/2022, renovado pelo Decreto n.º 12.391/2025 e Portaria n.º 865/2022), que oferece suporte técnico, estrutural e tecnológico aos sistemas de ensino que aderem à iniciativa. 
Este momento reafirma a importância de estarmos engajados diretamente nas discussões e formulações de políticas públicas que efetivamente impactam a educação brasileira — especialmente em contextos tão transformadores como o híbrido. Estar à mesa mais uma vez representando a Ufal, foi uma responsabilidade que abracei com compromisso, pois acredito que, juntos, podemos alicerçar práticas educacionais mais inclusivas, flexíveis e de qualidade para o futuro do país.

Hoje e amanhã serão realizadas oficinas e debates temáticos que devem aprofundar ainda mais os conceitos e estratégias para implementação local.


domingo, 12 de outubro de 2025

Como a inteligência artificial deve transformar a educação no Brasil?

A inteligência artificial já está presente em quase todos os aspectos da nossa vida — mas como ela deve atuar dentro das escolas e universidades? Estamos preparados para lidar com suas possibilidades e desafios na sala de aula?

A IA pode revolucionar o campo educacional em múltiplas dimensões: do planejamento e gestão das aulas à personalização dos percursos de aprendizagem de cada estudante. No entanto, para que seus benefícios sejam amplamente acessíveis e aplicados de forma ética, segura e transparente, é essencial que o Brasil decida, de maneira coletiva, como incorporar a IA na educação.

Nesse contexto, a consulta pública sobre o “Referencial para o Desenvolvimento e Uso Responsáveis de IA na Educação” surge como uma oportunidade valiosa. É o momento de professores, estudantes, famílias, gestores, desenvolvedores e toda a sociedade contribuírem para a construção de diretrizes que orientem o uso consciente e responsável das tecnologias digitais no ensino.

A participação social é fundamental para estabelecer regras claras, reduzir desigualdades e garantir que a IA se torne uma verdadeira aliada nos processos de ensino e aprendizagem.

Educação de qualidade se constrói com escuta, evidências e colaboração.

👉 Participe da consulta pública! A hora de contribuir é agora. Clique no link abaixo, e participe:

https://brasilparticipativo.presidencia.gov.br/processes/referencialianaeducacao

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Bastidores de um encontro inspirador: gravação do podcast SouTec e Observatório Nacional da Educação Profissional e Técnica

Os dias 1 e 2 deste mês de outubro foram intensos. Foram dois dias de muita atividade, de muito aprendizado, troca de ideias e produção de um material que promete impactar gestores, professores e, especialmente, adolescentes e jovens que estão em busca de seu caminho profissional. A equipe do SouTec, em parceria com o Observatório Nacional da Educação Profissional e Técnica, viveu uma experiência enriquecedora durante a gravação de um novo episódio do podcast, com a participação especial do prof. Dr. Rodolfo Sena e do prof. Dr. Garabed Kenchian.

Entre microfones, câmeras, anotações e boas conversas, o clima foi de curiosidade e entusiasmo. As falas dos professores convidados trouxeram reflexões profundas sobre o papel da Educação Profissional e Tecnológica (EPT) na formação de cidadãos críticos, criativos e preparados para os desafios do mundo do trabalho.

Ao longo das gravações, discutimos temas que vão desde a importância da orientação vocacional e do autoconhecimento até as transformações nas formas de ensinar e aprender na era digital. A experiência reforçou o compromisso de ambos os projetos — SouTec e Observatório — com a divulgação de conhecimentos e práticas que aproximam os jovens das oportunidades reais de formação e carreira.


O resultado desses dois dias é mais do que um podcast: é um registro vivo de ideias, experiências e inspirações. Um material pensado para orientar quem está no início de sua jornada profissional, ajudando estudantes a identificar cursos e áreas que dialoguem com seus interesses, talentos e sonhos. 

Em breve, os episódios estarão disponíveis. Fique atento — essa conversa está imperdível!

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Reflexões sobre a Universidade Aberta do Brasil: passado, presente e futuro

Nesta última quinta-feira (02/10), tive a oportunidade de participar de uma aula com os mestrandos e doutorandos da UNINTER, sob a condução sempre inspiradora da Profa. Glaucia Brito.


Durante o encontro, compartilhei algumas reflexões acerca do passado, presente e futuro da Universidade Aberta do Brasil (UAB), analisando não apenas o percurso histórico e o contexto legislativo que sustentam essa importante política pública, mas também as perspectivas que se abrem com a chegada do novo marco legal da Educação a Distância (EaD).

A Universidade Aberta do Brasil (UAB), desde sua criação, consolidou-se como uma das principais políticas públicas para democratizar o acesso ao ensino superior, especialmente em regiões interioranas e em municípios com baixa oferta educacional. Com o advento do novo marco legal da Educação a Distância, entretanto, a UAB enfrenta o desafio de reafirmar sua relevância diante de um cenário em que a EaD é cada vez mais ofertada por instituições privadas, muitas vezes em larga escala. Esse novo contexto exige da UAB estratégias para fortalecer seu papel social e diferenciar-se pela qualidade, equidade e pelo compromisso com a inclusão educacional.

Outro desafio central está relacionado à infraestrutura e à inovação pedagógica. O novo marco legal da EaD demanda modelos de ensino que articulem presencialidade, recursos digitais interativos e metodologias ativas de aprendizagem. Para a UAB, que atua em parceria com universidades públicas e polos municipais, isso significa investir em tecnologia, formação continuada de tutores e docentes, além de aprimorar as formas de acompanhamento e avaliação dos estudantes. A sustentabilidade financeira e administrativa do sistema também se coloca como um ponto de atenção, já que a expansão exige recursos estáveis e gestão eficiente.

Mas não podemos deixar de lado o desafio de alinhar-se às novas expectativas sociais e do mundo do trabalho. A UAB precisa não apenas expandir vagas, mas garantir cursos atualizados, conectados às demandas contemporâneas por competências digitais, pensamento crítico e formação cidadã. O novo marco legal oferece oportunidades de modernização, mas também amplia a concorrência e impõe critérios mais rigorosos de qualidade. Assim, o futuro da UAB dependerá da sua capacidade de inovar, sem perder sua essência de política pública comprometida com a democratização do ensino superior no Brasil.

Foi uma experiência riquíssima, marcada pela troca de ideias, pelo diálogo qualificado e pelo aprofundamento teórico proporcionado pelos estudantes e pela mediação da professora. Momentos como este reforçam a importância da reflexão coletiva e crítica sobre os rumos da EaD no Brasil, especialmente em um cenário de constantes transformações tecnológicas e normativas.

Agradeço imensamente pela oportunidade de diálogo e aprendizado. Que possamos seguir fortalecendo os espaços de discussão e pesquisa que sustentam a inovação e a qualidade da educação em nosso país.


quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Reflexões da festa da paróquia universitária


Estamos no terceiro dia da nossa novena em honra a Santa Teresinha na Paróquia Universitária que tem essa santinha doutora da Igreja como padroeira. Confesso que as duas primeiras noites me deixaram marcado por um sopro de inspiração. Ao escutar as pregações, a oração da comunidade e a simplicidade com que a nossa pequena doutora da Igreja se deixa revelar, comecei a refletir sobre as dimensões mais profundas de nossa paróquia universitária.

Afinal, não estamos reunidos apenas para rezar durante nove dias; a novena é como um espelho no qual reconhecemos quem somos e o que estamos chamados a viver. E olhando para nossa paróquia, vejo três dimensões que brotam naturalmente, como três pétalas de uma mesma rosa oferecida a Cristo.

Primeira dimensão: Igreja em saída.
As palavras ouvidas nas duas primeiras noites me fizeram recordar que ser paróquia universitária é não se contentar com muros e horários fixos. É, antes de tudo, ir ao encontro do mundo acadêmico, com suas perguntas inquietas e suas descobertas grandiosas. Santa Teresinha, mesmo sem sair do Carmelo, foi missionária no coração. Assim também nós: caminhamos pelos corredores da universidade, dialogamos com a ciência e testemunhamos que a fé não é limite, mas horizonte.

Segunda dimensão: o olhar samaritano.
Nossa oração e reflexão na novena nos conduziu ao Evangelho da compaixão. E não pude deixar de pensar na Vila Redenção, no bairro do Farol, onde nossa paróquia está inserida. Ser paróquia aqui não é apenas iluminar o campus, mas também estender a mão aos vizinhos que lutam pela vida. É viver como o Bom Samaritano: parar diante das dores, enxergar as feridas, partilhar o pouco que temos. Na prática, é fazer com que a teologia se transforme em pão, em escuta, em presença.

Terceira dimensão: o templo de oração.
Mas as duas dimensões anteriores nos convocam ao essencial: a oração. Tudo o que fazemos — missão universitária e serviço ao irmão — perde força se não estiver enraizado no coração de Deus. Nossa paróquia é, antes de tudo, um espaço de encontro. Aqui, estudantes, professores, trabalhadores e famílias podem entrar, silenciar e descobrir o colo do Pai. Como dizia Santa Teresinha, “a oração é um impulso do coração, um simples olhar para o Céu”.

Assim, a novena vai nos lembrando que somos chamados a viver em três olhares: a missão que sai, a compaixão que acolhe e a oração que sustenta. E como professor sinto que esta tríplice dimensão é também um programa de vida: fazer da universidade, da comunidade e do templo um único espaço onde Cristo se revele. 

Missão, serviço e oração.

Acompanhe a programação da novena/festa pelo perfil da paróquia no Instagram:

@paroquiauniversitaria

E participe conosco!

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Gameboards com realidade aumentada em curso de Pedagogia

Nas últimas semanas, vivenciamos uma experiência inovadora e muito instigante no curso de Pedagogia, do Centro de Educação da Ufal. 

Após aulas teóricas e práticas sobre tecnologia, jogos, realidade aumentada e realidade virtual, os alunos foram desafiados a transformar o conhecimento em criação: elaborar jogos de tabuleiro modernos (gameboards) que integrassem recursos de realidade aumentada.

Os temas escolhidos para os jogos dialogaram diretamente com os conteúdos do nosso componente curricular, mostrando que é possível articular teoria, criatividade e inovação pedagógica. O resultado foi surpreendente: produções originais, criativas e cheias de potencial para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem.

Parabenizo todos os alunos pelas brilhantes produções! 

👏👏 Cada gameboard apresentado é um exemplo concreto de como a inovação na formação docente pode abrir caminhos para práticas educativas mais dinâmicas, significativas e alinhadas ao mundo digital em que vivemos.




  

Outras fotos podem ser conferidas no perfil do Grupo de Pesquisas Comunidades Virtuais Ufal no Instagram:

@comunidadesvirtuaisufal