Estamos começando o último trimestre de minha pesquisa de pós-doc. E aqui trago mais uma reflexão sobre esse processo de fazer pesquisa científica.
Já faz algum tempo que defendo que os
pesquisadores, sejam eles de iniciação científica, trabalho de conclusão de
curso, mestrado, doutorado ou em qualquer instância/nível de investigação,
apresentem em seus trabalhos publicizados as dificuldades que encontram no meio
do caminho da pesquisa.
Não só as dificuldades, mas também se encontraram algum meio
para contornar ou resolver as dificuldades.
Na pesquisa do pós-doc que estou desenvolvendo algumas
dificuldades são latentes. E nos fazem exclamar em alto e bom som: nem tudo são
flores na pesquisa.
Uma das grandes dificuldades que tenho encontrado gira em torno da situação da pandemia do Covid-19. Restrições de ir e vir (justificadas pela calamidade na saúde), nos impede de um corpo-a-corpo muitas vezes necessário, seja no recrutamento de participantes, seja no desenvolvimento de algo específico, como uma entrevista. Evidentemente que a internet tem várias possibilidades, e algumas aplicações nos ajudam a contornar tais dificuldades.
À época que eu estava no curso de Sistemas de Informação,
aprendi que a burocracia não é algo negativo, mas que é o pensamento e a
organização racional do funcionamento de qualquer organização, seja ela privada
ou pública. No Brasil o termo burocracia ganhou um tom negativo, sendo sinônimo
de tudo aquilo que a burocracia (legítima) não é.
Quando, no serviço público temos lentidão, protelação, falta
de organização, criação de instâncias e mais instâncias que devem “carimbar” um
processo... costumamos chamar de burocracia. É pejorativo. Mas essa forma desorganizada
de conduzir as organizações que deviam dar apoio à pesquisa é um problema crônico. Nesse quesito, estou vivenciando muitas dificuldades, desde 2020, quando os próprios "colegas" de universidade criaram empecilhos para o meu afastamento para a realização da pesquisa. E se dizem pesquisadores. O que vi é que, se você não faz conchavos, acordos, arrumadinhos, e não se submete a ideologia do grupo dominante, não consegue ir adiante.
Sim, estou falando mesmo da politização sórdida que existe em diversos setores dentro da universidade. A palavra que mais descreve o que passei é: humilhação.
Olha... quanta dificuldade com os empecilhos que certos
órgãos criam... Fico a pensar na síndrome do pequeno poder e como certas
pessoas devem criar tais exigências por nunca precisarem realizar uma pesquisa,
ou por – simplesmente – terem inveja de quem faz.
É difícil fazer ciência sem apoio institucional, sem verba
de custeio ou qualquer tipo de incentivo financeiro. É complicado investir em livros,
cursos, softwares, quando a própria academia não oferece nenhum suporte.
Dificuldades são muitas. Mas sigo adiante. Quem está acompanhando sabe o quanto os resultados dessa pesquisa podem ser usados para o benefício do fazer educativo (mas disso falaremos depois).
Nem digo que espero que você, caro leitor, não tenha que passar por experiências frustrantes no planejamento e desenvolvimento de sua pesquisa. Sei que teve ou está tendo. Se desejar, pode registrar seu comentário com a dificuldade que teve/tem, e como conseguiu contornar.
3 comentários:
"Os humilhados, serão exaltados", fonte: Lucas 14:11.
Desabafo com boas verdades. 👏👏👏👏
Avante!
Bom momento para começarmos a compartilhar dificuldades no desenvolvimento de nossas pesquisas.
Geralmente, publicizamos apenas resultados.
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