quarta-feira, 14 de maio de 2008

O Uso dos “vídeos” no processo ensino-aprendizagem (1ª parte)

O Uso dos “vídeos” no processo ensino-aprendizagem (1ª parte)


O Progresso Tecnológico

O mundo inteiro esta vivenciando, desde o final do milênio passado, um crescimento vertiginoso das tecnologias, inclusive com o aparecimento de novas tecnologias, facilitando o cotidiano, permitindo que a humanidade inteira possa avançar em quesitos tais como a comunicação, a democratização do ensino, a agilidade em processos industriais e comerciais.


Mas apesar do que podemos definir como sendo um avanço, Vallin (2003. p. 112) defende a idéia de que estes avanços estão na contramão do próprio desenvolvimento humano, afirmando que “muita gente está descobrindo que tem a vida estruturada dentro de um modelo muito individualista...o modelo individualista tem excluído grande parte da população, que vive abaixo da linha da pobreza”.

Realmente o que se vê é uma verdadeira disparidade: os avanços tecnológicos, cada vez mais acelerados divergem da imensa fome que parte da população é submetida dia após dia, isso sem falar dos inúmeros excluídos digitais, que estão aumentando as estatísticas diárias.

A ideologia da mídia

Independente da realidade, ou utilizando de recursos próprios, a mídia atual permanece, em certos momentos alertando para as atrocidades das grandes metrópoles, e em outros momentos noticia os eventos de forma tão insensível que a população está se acostumando a não se importar com seus semelhantes.

Nesta realidade, também a rede mundial de computadores (tão simplesmente denominada de internet) também se tornou um “mundo paralelo”, capaz de promover ou proporcionar relações, emoções, informações e a criação infinita, quando aliada a criatividade humana.

Dentro deste mundo, uma ferramenta assincrônica tem revelado uma verdadeira tietagem (os vídeos produzidos para a WWW), principalmente por parte dos adolescentes e jovens, justamente pelo fato de proporcionar aquilo que a mídia tem feito questão de disseminar: a curiosidade pela vida do outro. Não é inocente cada proposta de reality shows que as emissoras lançam, semestre a semestre, inovando naquilo que defende: tornar público o que é privado. Tornar a vida comum, mesmo com os roteiros pré-determinados, em um show que convença e desperte a audiência.

A ferramenta tão popularizada tem no mercado dos softwares várias possibilidades, assim como o Muvee AutoProducer e o famoso Windows Movie Maker. São softs de uma utilização simples, que os adolescentes e jovens fazem e refazem suas propostas de vídeo. Atrelando estes programas com os “poderosos” telefones móveis, com câmeras fotográficas e filmadoras, a produção ficou ainda mais fácil. Com a popularização de programas de reprodução e cópia de músicas, também este elemento é agregado aos vídeos produzidos.

A própria internet tem visto uma proliferação de vídeos caseiros hospedados em sites exclusivos para a divulgação e popularização das produções. Alguns destes sites se destacam inclusive pela possibilidade dos usuários fazerem download de seus vídeos preferidos.

O mundo da educação também está se submetendo ao uso, e nos parece ser algo irreversível, desta ferramenta para dinamizar as aulas e os projetos pedagógicos. As possibilidades educacionais são inúmeras! Cada dia mais, educadores das mais diversas disciplinas encontram nesta ferramenta a possibilidade de tornar seus conteúdos – muitos “presos” aos livros – dinamizados e práticos.

Apesar das vantagens, o que se percebe é que há uma verdadeira febre. Assim como a febre das fitas de vídeo, quando da democratização dos aparelhos de vídeo cassete na década de 1980. Alguns educadores, sem perceber a importância de uma formação que o habilite para conduzir o trabalho, desprezando uma formação ética e moral para os alunos, que cada vez mais produzem vídeos sem um conteúdo mínimo de civilidade (inclusive produzindo vídeos de incentivo a lutas, brigas, depredações, etc), estão utilizando indiscriminadamente este recurso. Resultado: o que vemos é uma banalização de algo que pode ser útil.

(...)

Continuaremos esta reflexão analisando os seguintes itens: 1) A Formação dos Educadores, 2) A Educação a Distância, 3) Proposta Pedagógica para uso do Movie Maker.

Se você tem outras sugestões para a continuação desta reflexão, envie-nos!

Um comentário:

Viagens na Leitura disse...

Excelentes suas reflexões, Fernando. Gostaria de saber mais sobre esses softwares. Aguardarei a continuidade.[]Carmen