segunda-feira, 19 de maio de 2008

O Uso dos “vídeos” no processo ensino-aprendizagem (2ª parte)

O Uso dos “vídeos” no processo ensino-aprendizagem (2ª parte)

Continuaremos esta reflexão analisando os seguintes itens:
1) A Formação dos Educadores, 2) A Educação a Distância.

A reflexão sobre a Proposta Pedagógica para uso do Movie Maker teremos em breve!

Dando continuidade a reflexão iniciada no dia 14 de maio deste ano, queremos nos deter hoje em dois pontos que nos parecem (a princípio) importantes para a compreensão das ferramentas de criação de vídeos “caseiros” para internet: 1) A Formação dos Educadores, 2) A Educação a Distância.


1) Na reflexão sobre o papel dos educadores, queremos trazer aqui a postulação de Sónia Catarina Silva Cruz e Ana Amélia Amorim Carvalho, da Universidade do Minho (Braga-Portugal)...

“As inovações tecnológicas devem provocar mudanças no quotidiano escolar. Torna-se vital que em sala de aula se use e se aprenda a utilizar as novas tecnologias quer utilitários, software específico ou a utilização consciente da World Wide Web.


Porém, sabemos que a rapidez das inovações tecnológicas nem sempre corresponde à capacitação dos professores para a sua utilização, o que muitas vezes resulta na utilização inadequada ou na falta de uso dos recursos tecnológicos disponíveis mas, não tendo mais o monopólio de criação e transmissão de conhecimentos, exige-se à escola e ao professor, em particular, a missão de orientar os percursos individuais no saber e contribuir para o desenvolvimento de competências.


Tal, implica uma redefinição do papel do professor, do estilo de ensino, das concepções de aprendizagem e um novo papel dos intervenientes no processo de ensino aprendizagem (...)” (2007, p. 241)

Evidencia-se, no texto acima, que a formação dos professores para a utilização das novas tecnologias (especificamente aquelas a que nos referimos ) é um imperativo, correndo-se o risco de que a educação poderá não acompanhar os avanços, perdendo sua função, credibilidade e objetivos sociais.

Um dos elementos colocado por CRUZ e CARVALHO que nos chama atenção é o fato das propostas inadequadas e desprovidas simplesmente “jogadas” nas salas de aula, nos laboratórios de informática. O professor precisa estar habilitado e capacitado para poder oferecer aos seus alunos uma nova perspectiva, um novo olhar para estas ferramentas.


Na era da tecnologia, exige-se um redimensionamento do papel do educador, tonando-o, como já postulava ALMEIDA & PRADO relembrando que "(...) para evitar ou superar o uso ingênuo dessas tecnologias, é fundamental conhecer as novas formas de aprender e de ensinar, bem como de produzir, comunicar e representar conhecimento, possibilitadas por esses recursos, que favoreçam a democracia e a integração social. (2006)."

2) A Educação a Distância. Quer queiramos ou não, o Brasil está vivenciando – do Oiapoque ao Chuí - uma revolução de questionamentos sobre a modalidade de ensino a distância. Há quem defenda piamente a modalidade. Há quem só conheça os pontos negativos. Mas uma coisa é fato: não conseguiremos voltar atrás. A EAD desponta no Brasil como uma possibilidade de democratização do ensino, encurtando as distâncias e favorecendo um aprendizado que foge da temporalidade fixa.

Evidentemente que não podemos deixar de frisar: estamos adentrando numa nova aurora. Há muito que se desmitificar. Há a necessidade de destruir muitos paradigmas e preconceitos. E hoje contamos com uma verdadeira parafernália tecnológica no intuito de que a EAD possibilite aquilo a que se propõe.

Como estamos refletindo sobre uma das ferramentas (os vídeos), podemos verificar que os vídeos disponibilizados na WWW, e produzidos pelos alunos ou pelos educadores, nos mostram o quanto a EAD está adentrando no processo ensino-aprendizado.

Para analisar se os vídeos, tomamos como conceito o que define José Manoel Moran, a “Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente”.

Mas então podemos nos questionar: mas se o professor está com os alunos no processo de produção destes vídeos, ainda assim estamos vivenciando o processo de EAD?

Bem, parece-nos que os momentos de produção podem sim ser realizados com a presença dos educadores, apesar da realidade evidenciar que os alunos dão um “toque final” além do espaço escolar.

Percebemos que, neste ponto, esta ferramenta também tem suas variações. Os alunos podem fazer sozinhos, em grupo, com o auxílio do professor ou não. E ainda podemos ter o professor elaborando seus vídeos e transmitindo-os para seus alunos ou disponibilizando-os nos espaços disponíveis na internet.

O que mais nos chama atenção, entretanto, é que estes vídeos, como elementos (ou ferramentas) assincrônicas, possibilitam que os alunos possam ver e rever uma determinada disciplina, ou revisem, a seu tempo, algo que lhes seja necessário num determinado momento de seus estudos. E esta utilização destes vídeos mostra uma aplicação da modalidade de ensino a distância, segundo a teoria da Autonomia e Independência de Charles Wendemeyer.

Muitas são as possibilidades e as variações, mas “o caminho se faz ao caminhar”. Não temos respostas prontas!


Se você tem outras sugestões para a continuação desta reflexão, envie-nos!

Nenhum comentário: