sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Reflexões sobre inovação na educação

 


Nesta semana, tive a alegria de participar do Esud (https://www.ufmg.br/dedd/esud2025/), um dos eventos mais relevantes do país quando o assunto é educação a distância, tecnologias educacionais e práticas inovadoras de ensino. Foi uma oportunidade inspiradora para reencontrar colegas, conhecer novas pesquisas e, principalmente, participar de uma mesa dedicada ao tema da inovação na educação.

Durante a mesa, debatemos as bases teóricas que sustentam o conceito de inovação e refletimos sobre como transformar práticas pedagógicas de forma intencional, significativa e com impacto real na aprendizagem dos estudantes. De acordo com a apresentação compartilhada no encontro, inovar na educação significa articular ideia, ação e resultado, garantindo que a mudança gere valor percebido e melhorias efetivas no processo educativo 

Entre os pontos discutidos, destacaram-se:

  • a necessidade de compreender onde, quando, com quem e com o que se aprende, além de reconhecer que o foco precisa migrar do ensinar para o aprender;
  • a defesa de que professores não são cobaias, mas sim sujeitos ativos de aprendizagem, que também se transformam e crescem ao refletir sobre sua prática;
  • a importância das estratégias metacognitivas (planejamento, monitoramento e regulação da motivação) como ferramentas essenciais para desenvolver autonomia e promover processos de pensamento mais complexos nos estudantes; e 
  • a ideia de que avaliação é comunicação: partilhar aprendizagens, criar relações e compreender como a informação pode ser usada para melhorar continuamente o processo formativo 

Também discutimos o papel social da educação, reforçando que ela não é um privilégio, mas um direito, e que a universidade faz parte da comunidade. Qualquer inovação precisa estar alinhada a esse compromisso ético, político e humano, não podendo se limitar a soluções paliativas ou superficiais.

Participar dessa mesa foi uma experiência profundamente enriquecedora. Saio do Esud com novas inquietações, novas perguntas e um desejo ainda maior de contribuir para práticas pedagógicas mais conscientes, mais críticas e mais transformadoras.

Que possamos seguir construindo, juntos, caminhos inovadores para a educação, sempre com ética, responsabilidade e compromisso com o outro e com o mundo ao nosso redor.

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Educação Híbrida: um ecossistema educativo dinâmico e participativo

Para iniciar um estudo aprofundado sobre educação híbrida, é fundamental esclarecer que esse conceito vai muito além da mera combinação entre o ensino presencial e o ensino a distância. Diante das rápidas transformações tecnológicas e culturais que impactam a educação, torna-se imprescindível compreender a educação híbrida como um ecossistema educativo complexo, que integra espaços, tempos, metodologias e tecnologias em um sistema dinâmico e colaborativo. Além disso, é essencial explorar a evolução das práticas pedagógicas, destacando a transição das metodologias ativas, centradas no protagonismo individual do estudante, para metodologias participativas que enfatizam a construção coletiva do conhecimento e a participação ativa de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Esse aprofundamento permite não apenas o entendimento teórico do tema, mas também orienta a implementação eficaz de políticas públicas e práticas educativas inovadoras, alinhadas às demandas contemporâneas por flexibilidade, inclusão e engajamento.

A educação híbrida emerge como uma proposta inovadora que ultrapassa a simples junção entre ensino presencial e ensino à distância mediado por tecnologias digitais. Trata-se de um ecossistema educativo multifacetado que integra espaços, tempos, metodologias e tecnologias, configurando-se como um ambiente pedagógico dinâmico, flexível e contextualizado.

Na Rede de Inovação para a Educação Híbrida (RIEH), educação híbrida é a combinação e integração planejada de atividades presenciais e não presenciais mediadas por tecnologias digitais, com o intuito de ampliar os tempos e espaços educativos sem perder o protagonismo discente (Brasil, 2024; Lima, 2024). Essa definição, que também defendo, evidencia que a educação híbrida é mais que um modelo de ensino; é um ecossistema educativo em que diferentes ambientes (presencial, virtual, cultural, ambiental) e métodos se articulam para promover experiências de aprendizagem contínuas e significativas.

Importante destacar que a educação híbrida não se reduz ao ensino online combinado ao presencial, conforme Graham (2006). Ela envolve inovação na organização curricular e pedagógica, ampliando a flexibilidade para que estudantes aprendam conforme seus ritmos e estilos (Horn; Staker, 2015), e promovendo processos de ensino-aprendizagem que conectam saberes, práticas e tecnologias em redes colaborativas (Siemens, 2004).


O ecossistema de educação híbrida é composto por infraestrutura física e tecnológica, ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), repositórios digitais, laboratórios e núcleos de inovação que conectam os atores educacionais em uma rede integrada. As tecnologias digitais não são instrumentos meramente utilitários, mas parte do ambiente cultural e social que influencia e é influenciado pelos processos educativos (Castells, 2003). Assim, a cultura digital e a inteligência artificial passam a ser elementos centrais para construir práticas pedagógicas inovadoras, inclusivas e democratizadoras.

Nesse sentido, um outro conceito deve ser revisto. Historicamente, as metodologias ativas surgiram para reposicionar o estudante como protagonista do aprendizado, estimulando-o a ser agente na construção do conhecimento por meio de práticas como a aprendizagem baseada em projetos, resolução de problemas e discussões em grupo. Essas metodologias, apesar de associarem-se ao uso de tecnologias, são baseadas principalmente no engajamento e na construção ativa do saber.

Entretanto, no contexto da educação híbrida, observa-se uma progressão para metodologias participativas, que ampliam o foco do estudante individual para a participação coletiva e o compartilhamento colaborativo na prática social (Araújo, 2018). As metodologias participativas fundamentam-se em quatro pilares: participação, compartilhamento, colaboração e cooperação, promovendo a construção de conhecimento em ambientes de interação entre professores e estudantes que atuam juntos como mediadores, organizadores e agentes da construção do processo educativo (Lima, 2024). Esta abordagem valoriza a relação entre os saberes escolares e as práticas sociais, reforçando uma educação inserida em contextos socioculturais reais.

Como podemos ver, a implementação da educação híbrida requer, além da infraestrutura tecnológica e do acesso à internet, uma formação tecno-pedagógica especializada que prepare docentes e gestores para lidar com a complexidade do ecossistema híbrido (Ferreira; Pimentel, 2023). A gestão educacional deve contemplar políticas públicas que assegurem a inclusão digital, garantam a flexibilização de espaços e tempos e fomentem a participação efetiva dos sujeitos do processo educativo.

O principal desafio é manter o engajamento e a interação contínua dos participantes, requisito fundamental para que a educação híbrida seja eficaz (Pimentel et al., 2024). Para isso, é essencial desenvolver metodologias participativas que contemplem o contexto dos estudantes, promovam interações síncronas e assíncronas contextualizadas, e valorizem a participação ativa e crítica dos aprendizes.

Fica então a proposta de avançarmos no entendimento conceitual em que a educação híbrida é concebida como um ecossistema educativo, e representa uma resposta integrada e inovadora às demandas contemporâneas da educação em um mundo altamente digitalizado e interconectado. Sua prática educativa evolui do protagonismo do estudante em metodologias ativas para a construção coletiva, crítica e participativa do conhecimento. Este modelo educacional abre caminhos para uma educação mais inclusiva, flexível e socialmente comprometida, alinhada aos princípios da cultura digital e da cidadania ativa.

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Algumas referências, para aprofundamento:

ARAÚJO, J. C. S. Da Metodologia Ativa à Metodologia Participativa. In: VEIGA, I. P. A. (Org.) Metodologia Participativa e as Técnicas de Ensino-aprendizagem. Curitiba: CRV 2017. p. 17-54.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 2, de 13 de novembro de 2024. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – DCNEM. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, 14 nov. 2024. Disponível em: https://abmes.org.br/legislacoes/detalhe/4968/resolucao-cne-ceb-n-2 . Acesso em: 10 abr. 2025.

CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

FERREIRA, L. F. S.; PIMENTEL, F. S. C. FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA INCORPORAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR. Cadernos de Pesquisa, v. 30, n. 2, p. 303–321, 30 Jun 2023 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/view/1706. Acesso em: 7 nov 2025.

GRAHAM, C. Blended learning systems: definition, current trends, and future directions. In C. J. Bonk & C. R.Graham (ORG.). The handbook of blended learning: global perspectives, local designs. San Francisco: John Wiley & Sons, Inc, p.136-149, 2006

HORN, M. B.; STAKER, H. Blended: Using Disruptive Innovation to Improve Schools. San Francisco, CA: Jossey-Bass, 2015.

LIMA, D. C. B. P. Educação Híbrida em Contexto com a RIEH: Conceito e Orientações Pedagógicas. Maceió: Edufal, 2024.

PIMENTEL, F. S. C.; RITA, L. P. S.; PINTO, I. M. B. S.; JUNIOR, N. B. dos S.; AMARO, M. J. R. Educação Híbrida na formação de gestores: uma visão experiencial dos impactos e desafios. EmRede - Revista de Educação a Distância, [S. l.], v. 11, 2024. DOI: 10.53628/emrede.v11i.1080. Disponível em: https://www.aunirede.org.br/revista/index.php/emrede/article/view/1080. Acesso em: 7 nov. 2025.

SIEMENS, G. Elearnspace. Connectivism: A learning theory for the digital age. Elearnspace. org, p. 14-16, 2004. Disponível em: https://citeseerx.ist.psu.edu/document?repid=arep1&type=pdf&doi=f87c61b964e32786e06c969fd24f5a7d9426f3b4 Acesso em: 7 nov 2025.


quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Nova publicação internacional destaca a transformação digital na Universidade Aberta do Brasil (UAB/UFAL)

 

Em coautoria com as professoras Lilian Kelly de Almeida Figueiredo Voss e Natallya de Almeida Levino, acabamos de publicar artigo na Revista Digital de Investigación en Docencia Universitaria (RIDU, Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas – Peru).

O artigo, intitulado “Transformação digital: diagnóstico e planejamento no desenvolvimento de ações na Universidade Aberta do Brasil”, analisa os desafios e estratégias da Coordenadoria Institucional de Educação a Distância (Cied) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) no processo de fortalecimento da transformação digital no ensino superior público.

Baseado na metodologia Problem Driven Iterative Adaptation (PDIA), o estudo identificou gargalos como a sobrecarga burocrática dos coordenadores, o distanciamento entre gestão e pedagogia, e a baixa compreensão dos estudantes sobre a EaD. A aplicação do PDIA possibilitou o mapeamento desses desafios e a implementação de estratégias adaptativas e colaborativas, promovendo uma cultura institucional mais participativa e responsiva.

O trabalho conclui que a transformação digital na educação vai além da adoção tecnológica — exige mudanças estruturais, culturais e de gestão, baseadas em aprendizagem organizacional contínua. A experiência da Ufal, no âmbito da UAB, demonstra como metodologias participativas podem fortalecer as capacidades institucionais e fomentar práticas mais sustentáveis na educação a distância.

Convidamos todos à leitura do artigo, disponível em acesso aberto no link:

https://revistas.upc.edu.pe/index.php/docencia/article/view/2097


PIMENTEL, F. S. C.; VOSS, L. K. A. F.; LEVINO, N. A. Digital transformation: diagnosis and planning in the development of actionsat the Open University of Brazil. Revista Digital de Investigación en Docencia Universitaria, [S. l.], v. 19, n. 2, p. e2097, 2025. DOI: 10.19083/ridu.2025.2097. Disponível em: https://revistas.upc.edu.pe/index.php/docencia/article/view/2097. Acesso em: 5 nov. 2025.


domingo, 2 de novembro de 2025

Novo Livro-Texto Disponível: Ecossistema Educativo 4 – Recursos Educacionais Digitais (REDs)

 

Compartilho com todos a publicação do livro-texto “Ecossistema Educativo 4: Recursos Educacionais Digitais (REDs)”, de minha autoria em parceria com o mestre Fernando Wagner da Costa. O material já está disponível para download e integra o curso “Educação Híbrida para Docentes: da Compreensão à Prática Pedagógica”, que propõe um ecossistema educacional cuidadosamente estruturado, combinando atividades presenciais e digitais mediadas pelo planejamento docente e pela cultura digital, como parte das ações da Rede de Inovação para a Educação Híbrida (RIEH).

Neste livro, exploramos o universo dos Recursos Educacionais Digitais (REDs), oferecendo estratégias para utilizar diferentes formatos e mídias que atendam às diversas necessidades de aprendizagem, e que apoiem a construção de planos de aula e práticas pedagógicas híbridas para o Ensino Médio de forma crítica e reflexiva.

A publicação está organizada em três núcleos:

  1. Introdução aos REDs – Conceitos de educação híbrida, tipos de REDs (vídeos, jogos, podcasts, etc.), ciclo de vida dos recursos, princípios dos 5Rs (Reutilizar, Revisar, Remixar, Redistribuir, Reter) e integração estratégica no Ensino Médio.

  2. Panorama de repositórios e compartilhamento ético – Principais repositórios (Repositório da RIEH, MECRED, OER Commons), criação, compartilhamento ético, licenças abertas e submissão de REDs.

  3. Curadoria de REDs – Seleção, organização, avaliação, integração em planos de aula, critérios de curadoria, modelo de metadados e exemplos práticos de utilização em diferentes momentos da aula.

Este material é um recurso valioso para docentes que desejam aprofundar sua prática pedagógica híbrida e ampliar suas estratégias com REDs de forma reflexiva e fundamentada.

📥 Baixe agora o livro-textohttps://portaldelivros.ufg.br/index.php/cegrafufg/catalog/book/852

Registro do I SIMAPE: reflexão e troca de experiências sobre a pós-graduação em ensino na Ufal

 


Acabo de participar do I Simpósio Alagoano de Pesquisa em Ensino (I SIMAPE), uma ocasião singular de encontro entre pesquisadores, docentes e estudantes apaixonados por formação docente e inovação pedagógica. Minha participação ocorreu na mesa-redonda dedicada à pós-graduação em ensino na Ufal, um espaço de diálogo produtivo sobre caminhos, desafios e possibilidades da formação avançada na nossa instituição.

Ao meu lado, compuseram a mesa os seguintes docentes convidados: Profa. Dra. Ana Paula Fernandes, Prof. Dr. Ivanderson Pereira da Silva e Prof. Dra. Tereza Cristina Cavalcanti de Albuquerque.


A troca de experiências foi rica e estimulante. Discutimos trajetórias de pesquisa, vigilantemente sobre a qualidade e relevância dos programas de pós-graduação em ensino, práticas metodológicas, interfaces entre ensino, pesquisa e extensão, bem como as perspectivas de formação de docentes para os cenários atuais e futuros. Foi especialmente significativo para mim, enquanto novo coordenador do polo Renoen na Ufal, experimentar esse momento de convivência intelectual: um espaço de escuta, questionamento e construção compartilhada de ideias que fortalecem nossa prática de coordenação, bem como o compromisso com a formação de professores que atuam com responsabilidade, criatividade e cuidado.

Notas sobre a mesa-redonda:


  • Tópicos discutidos incluíram caminhos de formação, avaliação de impactos da pós-graduação no campo educacional, e estratégias para ampliar a articulação entre pesquisa acadêmica e prática pedagógica.
  • As intervenções dos colegas trouxeram perspectivas diversas que enriqueceram a construção coletiva de políticas e práticas para a formação continuada de docentes.

Agradeço aos discentes organizadores do 1º SIMAPE pela acolhida e pela oportunidade de diálogo, aos debatedores pela generosidade de compartilhar saberes, e aos participantes que se envolveram ativamente nas perguntas e contribuições.

Como coordenador do polo Renoen, sigo firme no compromisso de promover espaços de participação, cooperação interinstitucional e desenvolvimento de projetos que conectem pesquisa, formação docente e atuação comunitária.



Formar professores com inteireza: arte, resistência e esperança — leia minha matéria na Saber Ufal

 


É com prazer que compartilho uma reflexão publicada recentemente na revista Saber Ufal. Intitulada Formar professores na dimensão da inteireza: arte, resistência e esperança no Ichica Ufal, a matéria oferece uma importante perspectiva sobre o compromisso da formação docente para além de técnicas e conteúdos, enfatizando a dimensão humana, ética e estética da profissão.

Nesta leitura, proponho pensar a formação de professores como um processo centrado na inteireza: a integração de saberes, saberes fazeres e saberes ser, entendida como prática emancipada, criativa e responsável. Reflito sobre como arte, resistência e esperança constroem caminhos possíveis para a atuação pedagógica, especialmente em tempos desafiadores, em que a educação precisa de vontade de transformar, cuidado com o outro e imaginação para sonhar novas formas de aprender e ensinar.

Convido você a acessar a matéria pelo link: https://www.seer.ufal.br/index.php/saberufal/issue/view/827/423

Por que ler?
- Aborda uma visão integrada da formação de docentes, conectando teoria, prática e ética pedagógica.
- Propõe um vocabulário rico para discutir questões de currículo, inclusão, diversidade e participação cidadã na escola.
- Oferece insights que podem embasar suas leituras, projetos de estágio, monografias e debates em tutoria.

Como você pode aproveitar:
- Compartilhar o artigo com colegas de curso, grupos de pesquisa e redes de educação que você acompanha.
- Anotar trechos que dialoguem com suas experiências de estágio ou com temas que você está desenvolvendo.
- Refletir sobre como incorporar, na sua prática, conceitos de arte, resistência e esperança, buscando uma formação mais plena e sensível.

Boa leitura a todos e até breve!

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Laboratórios virtuais no ensino de Química na Educação a Distância: acessibilidade, benefícios e desafios

 



É com grande satisfação que compartilhamos a publicação do capítulo Laboratórios virtuais no ensino de Química na Educação a Distância: acessibilidade, benefícios e desafios, de nossa autoria —Prof. Fernando Silvio C. Pimentel e Profa. Monique Gabriella Angelo da Silva — no livro Didáticas e Práticas de Ensino: Reflexões e Experiências Docentes no Ensino Superior, organizado pelas professoras Ana Carolina Faria Coutinho Gléria e Jeane Felix.

Neste capítulo, refletimos sobre o uso de laboratórios virtuais como recurso pedagógico no ensino de Química na modalidade EaD, analisando suas potencialidades, desafios e contribuições para a formação docente. Discutimos como os recursos digitais podem ampliar a acessibilidade e proporcionar experiências imersivas e significativas, mesmo em contextos onde há escassez de laboratórios físicos.

A pesquisa evidencia que o processo de ensino-aprendizagem pode — e deve — ultrapassar as fronteiras do espaço físico, integrando tecnologia, interatividade e experimentação virtual como caminhos para uma educação mais inclusiva e dinâmica. 

Livro: Didáticas e Práticas de Ensino: Reflexões e Experiências Docentes no Ensino Superior
Organizadoras: Ana Carolina Faria Coutinho Gléria e Jeane Felix
Capítulo: Laboratórios Virtuais no Ensino de Química na Educação a Distância: acessibilidade, benefícios e desafios
Autoria: Fernando Silvio Cavalcante Pimentel e Profa. Monique Gabriella Angelo da Silva


O livro está disponível no formato e-book (gratuitamente) no link: https://edufal.com.br/Produtos/Detalhes/514884

domingo, 26 de outubro de 2025

Escrever uma dissertação: o exercício formativo de produzir conhecimento

Escrever uma dissertação é mais do que cumprir uma exigência acadêmica. É um exercício de pensamento científico, um processo de formação intelectual e ética que conduz o pesquisador a compreender o mundo com rigor, método e sensibilidade. No percurso de uma dissertação, o estudante de mestrado aprende a se mover entre a teoria e a realidade, entre o que já se sabe e o que ainda precisa ser descoberto.

A dissertação é, por excelência, o registro de uma investigação construída com propósito. Nela, o pesquisador formula uma pergunta relevante, mobiliza referenciais teóricos, define estratégias metodológicas e analisa dados para produzir respostas fundamentadas. Cada etapa desse percurso tem sua função, mas todas se articulam em torno de um mesmo eixo: a produção de conhecimento novo, consistente e socialmente significativo.

Muitas vezes, os pesquisadores iniciantes acreditam que o referencial teórico serve apenas para “mostrar” domínio de leitura ou familiaridade com determinados autores. Essa é uma compreensão limitada. O referencial teórico não é um adorno, nem um capítulo isolado: é a lente pela qual o pesquisador enxerga o fenômeno estudado. É ele que orienta o olhar, ajuda a formular as perguntas certas, organiza a interpretação e sustenta o diálogo entre os dados empíricos e o campo conceitual da pesquisa.

Por isso, na análise dos dados, a teoria precisa estar viva. É à luz do referencial teórico que o pesquisador compreende o que os dados revelam (ou silenciam), identifica padrões, contradições e sentidos. A análise não é um exercício de descrição, mas um processo interpretativo que busca responder à pergunta da pesquisa, atestando ou confrontando hipóteses, e conduzindo à construção das conclusões. Em outras palavras, é no diálogo entre dados e teoria que o conhecimento científico se concretiza.

Uma dissertação bem escrita, portanto, não é aquela que apenas segue uma estrutura formal (introdução, referencial, metodologia, resultados e considerações finais), mas aquela que mantém coerência entre todas as partes, evidenciando um pensamento articulado. Ela mostra que o pesquisador compreende o seu tema, domina as ferramentas teóricas e metodológicas e, sobretudo, é capaz de produzir uma leitura original da realidade.

Escrever uma dissertação é, afinal, um gesto de autoria intelectual. É o momento em que o pesquisador se reconhece como parte da comunidade científica e se coloca em diálogo com outros estudiosos, contribuindo, à sua maneira, para o avanço da reflexão e da prática educacional. 



sexta-feira, 24 de outubro de 2025

I Simpósio Alagoano de Pesquisa em Ensino

 


Venha participar do primeiro grande encontro dedicado à reflexão, diálogo e fortalecimento da pesquisa em ensino em Alagoas!

📅 31 de outubro e 1º de novembro de 2025
📍 UFAL e Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso
🎓 Realização: Universidade Federal de Alagoas – CEDU/UFAL


🔹 31 de outubro | Sexta-feira

📍 Auditório do CEDU/UFAL
A partir das 10h

OFICINAS:

  1. Do Paper à Prática – Estratégias de Popularização e Impacto Social da Pesquisa

  2. Entre Letras e Algoritmos: O Poder da Escrita Criativa e Colaborativa com IA

📍 Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso
A partir das 18h

PALESTRA DE ABERTURA:
🗣️ A Pesquisa em Ensino no Brasil: Desafios e Perspectivas


🔹 1º de novembro | Sábado

📍 Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso
A partir das 9h

LANÇAMENTO DE LIVROS:

  1. Grupo de Pesquisa em Educação em Ciências e Tecnologias Afro-Latino-Americanas

  2. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino e Formação de Professores – UFAL

MESA REDONDA:

  1. Formação de Professores e Ensino de Ciências

  2. Desafios do Ensino da Matemática na Sociedade Contemporânea

PALESTRA DE ENCERRAMENTO:
🗣️ Ser Pesquisador/a em Ensino no Cenário Atual: A Visão dos/as Egressos/as da Renoen/UFAL


📢 Participe e contribua para o fortalecimento da pesquisa em ensino em Alagoas!
💬 O evento é aberto à comunidade acadêmica, pesquisadores/as e interessados/as em educação e inovação.

O I Simpósio Alagoano de Pesquisa e Ensino (I SIMAPE) é uma iniciativa do Programa de Doutorado em Ensino da Rede Nordeste de Ensino (Renoen/Ufal), idealizada para fortalecer a reflexão e o diálogo entre pesquisa, prática docente e formação de professores nas diversas áreas do conhecimento, se realizará no município de Maceió - AL, com atividades distribuídas entre o Auditório do Cedu/Ufal e o Centro de Convenções.

Inscrições e outras informações em: https://doity.com.br/i-encontro-alagoano-de-pesquisa-em-ensino-de-cincias-e-matemtica-currculo-cultura-e-prticas-transfor


terça-feira, 21 de outubro de 2025

A concepção de presencialidade no novo marco regulatório da EaD

 


Na próxima semana estarei participando do 6º Congresso Nordestino de Educação a Distância, onde apresentarei a palestra virtual “A concepção de presencialidade no novo marco regulatório da EaD”.

Nesta fala, proponho uma reflexão sobre o sentido contemporâneo de presença na Educação a Distância. Discutirei como o novo marco regulatório (2024–2025) amplia o conceito de presencialidade, superando a ideia de que estar presente é apenas ocupar o mesmo espaço físico.

Inspirado por autores como Heidegger, Merleau-Ponty e Levinas, abordarei a presença como ato de relação, diálogo e sentido — uma vivência pedagógica que pode ocorrer tanto em ambientes físicos quanto digitais. A palestra também trará perspectivas sobre:
  • a reconfiguração das proporções entre presencial e EaD nos cursos;
  • o papel da mediação docente e da tutoria ativa;
  • os desafios regulatórios e tecnológicos da EaD contemporânea;
  • e a importância de pensar a presença digital, cognitiva e afetiva como dimensões complementares da aprendizagem.
Convido todos os colegas, pesquisadores e profissionais da educação a participar deste importante momento de debate sobre os caminhos e as transformações da Educação a Distância no Brasil.

📅 Data: 30/10 - 8h30 às 10h
📍 Evento: 6º Congresso Nordestino de Educação a Distância
💬 Tema: A concepção de presencialidade no novo marco regulatório da EaD


“Na educação, a presença não é medida pelo corpo que ocupa o espaço, mas pela consciência que habita o encontro.”

Nos vemos lá!

Mais informações em: https://cnead2025.ifs.edu.br/#inicio