Nesta última quinta-feira (02/10), tive a oportunidade de participar de uma aula com os mestrandos e doutorandos da UNINTER, sob a condução sempre inspiradora da Profa. Glaucia Brito.
Durante o encontro, compartilhei algumas reflexões acerca do passado, presente e futuro da Universidade Aberta do Brasil (UAB), analisando não apenas o percurso histórico e o contexto legislativo que sustentam essa importante política pública, mas também as perspectivas que se abrem com a chegada do novo marco legal da Educação a Distância (EaD).
A Universidade Aberta do Brasil (UAB), desde sua criação, consolidou-se como uma das principais políticas públicas para democratizar o acesso ao ensino superior, especialmente em regiões interioranas e em municípios com baixa oferta educacional. Com o advento do novo marco legal da Educação a Distância, entretanto, a UAB enfrenta o desafio de reafirmar sua relevância diante de um cenário em que a EaD é cada vez mais ofertada por instituições privadas, muitas vezes em larga escala. Esse novo contexto exige da UAB estratégias para fortalecer seu papel social e diferenciar-se pela qualidade, equidade e pelo compromisso com a inclusão educacional.
Outro desafio central está relacionado à infraestrutura e à inovação pedagógica. O novo marco legal da EaD demanda modelos de ensino que articulem presencialidade, recursos digitais interativos e metodologias ativas de aprendizagem. Para a UAB, que atua em parceria com universidades públicas e polos municipais, isso significa investir em tecnologia, formação continuada de tutores e docentes, além de aprimorar as formas de acompanhamento e avaliação dos estudantes. A sustentabilidade financeira e administrativa do sistema também se coloca como um ponto de atenção, já que a expansão exige recursos estáveis e gestão eficiente.
Mas não podemos deixar de lado o desafio de alinhar-se às novas expectativas sociais e do mundo do trabalho. A UAB precisa não apenas expandir vagas, mas garantir cursos atualizados, conectados às demandas contemporâneas por competências digitais, pensamento crítico e formação cidadã. O novo marco legal oferece oportunidades de modernização, mas também amplia a concorrência e impõe critérios mais rigorosos de qualidade. Assim, o futuro da UAB dependerá da sua capacidade de inovar, sem perder sua essência de política pública comprometida com a democratização do ensino superior no Brasil.
Foi uma experiência riquíssima, marcada pela troca de ideias, pelo diálogo qualificado e pelo aprofundamento teórico proporcionado pelos estudantes e pela mediação da professora. Momentos como este reforçam a importância da reflexão coletiva e crítica sobre os rumos da EaD no Brasil, especialmente em um cenário de constantes transformações tecnológicas e normativas.
Agradeço imensamente pela oportunidade de diálogo e aprendizado. Que possamos seguir fortalecendo os espaços de discussão e pesquisa que sustentam a inovação e a qualidade da educação em nosso país.