quarta-feira, 23 de julho de 2025

Às margens do Rio Negro: Educação, Ciência e memória em Manaus

 

Recentemente, retornei a Manaus, uma cidade que habita um lugar especial na minha memória e no meu percurso profissional. Fui visitar o Espaço Curupira, no Instituto Federal do Amazonas (IFAM), e o Bosque da Ciência, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Esses espaços são mais do que instituições de pesquisa e extensão: são territórios vivos de aprendizagem, onde o conhecimento acadêmico encontra a sabedoria popular, a ciência dialoga com a floresta e a educação se revela em suas múltiplas dimensões.

Não foi a minha primeira vez em Manaus. Estive aqui pela primeira vez entre agosto e setembro de 2011, participando de um congresso sobre Educação a Distância (EaD). Mais de uma década depois, é novamente a EaD que me faz retornar. Há uma poética nesse movimento: como se a própria educação, silenciosa e persistente como um rio, me conduzisse de volta a este lugar para revisitar ideias, renovar compromissos e, sobretudo, continuar aprendendo.

Durante a visita, contemplei mais uma vez a grandiosidade do Rio Negro, que aparece na imagem que acompanha esta reflexão. Um rio de presença imensa, aparentemente calmo, mas pulsante de força e vida. Suas águas escuras escondem um mundo de profundidade e diversidade. Ao observá-lo, é impossível não pensar em como a educação também é assim, muitas vezes discreta, silenciosa, mas cheia de potência, transformando o mundo por meio de correntes que não se veem à primeira vista.

Poucos momentos foram tão simbólicos quanto testemunhar novamente o encontro do Rio Negro com o Rio Solimões. Suas águas, distintas em cor, fluem lado a lado por vários quilômetros sem se misturarem completamente, até formarem o imenso Rio Amazonas. Esse fenômeno natural é também uma metáfora poderosa para pensarmos a educação: o encontro de diferenças que não se anulam, mas que, justamente por serem diversas, formam algo ainda maior, mais forte, mais belo.

Educar é, antes de tudo, promover encontros. É permitir que histórias, saberes, culturas e perspectivas caminhem juntas, mesmo quando não se fundem de imediato. Estudar educação é, portanto, estudar a complexidade do humano, as possibilidades de convivência, os caminhos da escuta, da empatia e do respeito. A educação não é um fim em si mesma; é um processo, um rio em fluxo, que conecta margens, fertiliza terras e atravessa fronteiras.

Manaus me ensinou isso mais uma vez, com seus rios, suas instituições, seus profissionais e suas florestas. Sigo voltando, física e simbolicamente, porque acredito que aprender e ensinar são movimentos contínuos, como a própria Amazônia: vastos, desafiadores e absolutamente essenciais.


terça-feira, 22 de julho de 2025

Uma conversa sobre o futuro (e os desafios) da Educação


Tive a honra de participar de uma entrevista conduzida por Elias Ferreira, para a Rádio CBN Maceió e que também está no canal no YouTube, onde discutimos temas fundamentais sobre o futuro e os desafios da educação no Brasil. Foi uma conversa rica, com reflexões sobre os desafios que enfrentamos hoje e as possibilidades que se abrem para a construção de um sistema educacional mais justo, inclusivo e eficaz.

Durante o bate-papo, abordamos questões como:

  • O papel da tecnologia no processo de aprendizagem;

  • A valorização dos profissionais da educação;

  • Políticas públicas e formação docente;

  • A importância da escuta ativa e do protagonismo dos estudantes.

Foi uma troca significativa, que certamente pode contribuir para quem pensa, vive ou sonha a educação.

📺 Assista à entrevista completa aqui:
👉 https://youtu.be/R-HR5lQlgsI?si=kHIS4I7uxlfWJmMg

Vamos juntos seguir debatendo e construindo caminhos possíveis para transformar a educação no país!

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Como proteger e educar crianças e adolescentes no ambiente digital?

 

🌐 Proteção e Educação Digital em pauta: evento debate os desafios da infância conectada

No próximo dia 14 de julho de 2025, das 14h às 18h, o Centro de Convenções de Maceió será palco do evento “Proteger e Educar Crianças e Adolescentes no Ambiente Digital”, promovido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

A iniciativa propõe uma reflexão urgente e necessária: como garantir os direitos de crianças e adolescentes em um mundo cada vez mais digitalizado? Ao reunir educadores, pesquisadores, gestores e interessados na pauta da infância e juventude, o evento pretende inspirar, mobilizar e oferecer suporte técnico para a construção de políticas e práticas voltadas à segurança e ao uso responsável da internet.

Além da proteção no ambiente online, também estarão em pauta propostas para a Educação Midiática e Digital na Educação Básica, seja de forma transversal ou como componente curricular específico. A discussão articula diferentes campos — comunicação, educação, infância, cidadania — e contribui para o fortalecimento de uma cultura digital ética, crítica e inclusiva.

A participação é gratuita, mediante inscrição pelo link:
👉 https://alagoas.al.gov.br/evento/proteger-e-educar-criancas-e-adolescentes-no-ambiente-digital

Estarei presente, contribuindo com essa importante discussão. Trata-se de um tema que atravessa nossas práticas educacionais e exige cada vez mais preparo, sensibilidade e diálogo entre diferentes setores da sociedade.

É tempo de pensar — e agir — por uma infância protegida, crítica e bem orientada no ambiente digital.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

📢 Vem aí o curso de especialização em Gestão da Escola Pública de Ensino Médio!


 https://youtube.com/shorts/M6872kPH3xo?si=o42uQVWJJoqQcbbX

📢 Vem aí o curso de especialização em Gestão da Escola Pública de Ensino Médio!

MEC e Capes, por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB), lançam a formação que tem o objetivo de fortalecer as lideranças escolares e apoiar a implementação da política educacional em todo país.

Para saber mais, acesse: https://editais.ufal.br/outros/especializacao-gestao-da-escola-publica-de-ensino-medio-gepem 

#PoliticaNacionaldeEnsinoMédio #GestãoEscolar #shorts

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Ministério da Educação discute EaD com as universidades


 No dia 27 de junho de 2025, representei a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) na Oficina Nacional sobre a Nova Política de Educação a Distância (EaD) e o Sistema e-MEC, realizada em Brasília/DF, no CETREMEC, com transmissão simultânea pelo canal oficial do MEC. O evento reuniu representantes de instituições de ensino superior de todo o país para discutir os impactos do Decreto nº 12.456/2025, que redefine o marco regulatório da educação superior brasileira.

A oficina foi um momento importante de esclarecimentos e deliberações sobre os novos formatos de curso (presencial, semipresencial e EaD), os percentuais de carga horária, os papéis docentes, a organização dos polos, a avaliação da aprendizagem e as exigências de presencialidade nas licenciaturas, que não poderão mais ser ofertadas 100% a distância. Destacou-se a necessidade de fortalecer a qualidade pedagógica, a interação docente-discente e a responsabilidade institucional com os estudantes da EaD, especialmente no contexto da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Agradeço à UFAL pela confiança em representar nossa instituição neste momento estratégico. A partir dessa participação, elaboramos um relatório com orientações e sugestões para apoiar a adequação institucional às novas diretrizes. Seguimos comprometidos com uma EaD pública, acessível e de qualidade.

📄 A íntegra do relatório está disponível para a comunidade acadêmica.


▶️ Para assistir à gravação do evento, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=5CO2C0XwE3s

📣 Nova publicação propõe programa de ensino para enfrentar o isolamento na EaD

 📣 Nova publicação propõe programa de ensino para enfrentar o isolamento na EaD

Está no ar o artigo “Concepção de programa de ensino para enfrentar o isolamento e a sensação de não pertencimento em cursos superiores da EaD”, publicado na Revista Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação (v.33, n.127, 2025). A pesquisa é assinada por Rafael Gabriel Assis, Fernando Silvio Cavalcante Pimentel, Alan Pedro da Silva e Luís Paulo Leopoldo Mercado, e trata de um tema cada vez mais urgente: o sentimento de desconexão e solidão entre estudantes da Educação a Distância.

Com base em uma ampla revisão de literatura e ferramentas como o Diagrama de Ishikawa e a Teoria da Mudança, os autores identificam as múltiplas causas do isolamento na EaD, desde a ausência de vínculos com professores e colegas até a fragilidade das ações institucionais e técnicas. A partir desse diagnóstico, o artigo propõe a criação de um programa institucional com cursos, oficinas e clubes regulares, pensados para fortalecer o sentimento de pertencimento à comunidade universitária — uma medida que pode impactar diretamente o bem-estar, o engajamento e a permanência dos estudantes.

Além de oferecer uma análise crítica da estrutura atual dos cursos a distância, o estudo apresenta uma proposta concreta de política pública educacional, com indicadores de avaliação e estratégias de implementação que podem ser adaptadas por diferentes Instituições de Ensino Superior. A publicação é leitura essencial para gestores, educadores e pesquisadores que atuam na modalidade EaD e desejam construir experiências mais humanas, afetivas e integradoras.

📄 Acesse o artigo completo: https://doi.org/10.1590/S0104-40362025003304913


📘 Título: Concepção de programa de ensino para enfrentar o isolamento e a sensação de não pertencimento em cursos superiores da EaD


✍️ Autores: Rafael Gabriel Assis, Fernando S. C. Pimentel, Alan Pedro da Silva, Luís Paulo L. Mercado


🗞️ Publicado na Revista Ensaio, v.33, n.127, abr./jun. 2025.

🎓 Novo olhar sobre o engajamento estudantil: o que realmente motiva nossos alunos?

 🎓 Novo olhar sobre o engajamento estudantil: o que realmente motiva nossos alunos?

Acaba de ser publicada na Educação em Revista (v. 41, 2025) uma resenha avaliativa que oferece uma síntese crítica e fundamentada sobre o tema do engajamento estudantil, baseada em uma revisão sistemática da literatura internacional. O texto, assinado por Andréa Karla Ferreira Nunes (UNIT) e Fernando Silvio Cavalcante Pimentel (UFAL), traz reflexões que interessam a professores, gestores educacionais e formuladores de políticas públicas.

A partir da análise de 52 estudos indexados nas bases Scopus e Web of Science, os autores discutem as diferentes perspectivas do engajamento — comportamental, cognitiva, afetiva e sociocultural — e destacam os fatores que influenciam esse envolvimento, como a relação com professores, o uso de metodologias ativas, as tecnologias digitais e o ambiente institucional. O texto também aponta a escassez de consensos na mensuração do engajamento e sinaliza os limites de estratégias que reduzem o conceito a indicadores superficiais.

Mais do que apenas mapear o estado da arte, a publicação provoca o leitor a repensar o engajamento como algo mais profundo do que participação e rendimento escolar. Trata-se de entender o estudante em sua totalidade, considerando suas motivações, emoções, vínculos e contextos socioculturais. Uma leitura indispensável para quem acredita na educação como um processo humano e transformador.

📘 Leia a publicação completa em:
🔗 Educação em Revista, v.41, e59085 (2025)
📌 Título: Considerações sobre o engajamento estudantil: reflexões a partir da revisão de literatura
✍️ Autores: Andréa Karla F. Nunes e Fernando S. C. Pimentel

Inteligência Artificial na Educação Física? É isso mesmo?

 📢 Inteligência Artificial na Educação Física? É isso mesmo?


A nova publicação na Revista Aracê (v. 7, n. 7, 2025) traz uma proposta inusitada e inovadora: o uso da Inteligência Artificial, mais precisamente do ChatGPT, na Educação Física. O artigo, de autoria de Douglas Henrique Bezerra Santos, Marcos Antônio Calil Júnior e Fernando Silvio Cavalcante Pimentel, apresenta a criação de uma calculadora de tempos para corrida de orientação, desenvolvida com auxílio do ChatGPT, e aplicada nos Jogos Internos de Educação Física (JIEF) da Universidade Federal de Alagoas.

A proposta nasceu da necessidade prática: automatizar a apuração dos resultados em corridas de orientação, uma modalidade que exige precisão e agilidade na contabilização de tempos. O processo, que antes era feito manualmente, ganhou com a implementação de uma solução tecnológica simples, funcional e de baixo custo. Por meio da interação com o ChatGPT, os autores geraram e adaptaram um código HTML que deu origem a uma calculadora capaz de organizar os resultados em tempo real, promovendo mais transparência e eficiência durante os jogos.

Além de resolver um problema logístico, o estudo chama atenção por aproximar áreas distintas como Educação Física, Computação e Pedagogia, mostrando que a Inteligência Artificial pode — e deve — ser explorada em contextos educacionais diversificados. A iniciativa reforça o papel das tecnologias na promoção de equidade, na formação técnica interdisciplinar e na democratização de soluções digitais no ensino superior. Uma leitura indispensável para quem busca integrar inovação e prática pedagógica de forma criativa!

🔗 Acesse o artigo completo: https://periodicos.newsciencepubl.com/arace/article/view/6318
📚 Título: Inteligência Artificial na Educação Física: o uso do ChatGPT na criação de uma calculadora de tempos para a modalidade corrida de orientação no Ensino Superior
📌 Publicado na Revista Aracê, 2025.

Você sabe conduzir aulas com trabalho em grupo?

  🧩 Você sabe conduzir aulas com trabalho em grupo?

Se a sua resposta é "sim, mas nem sempre funciona como o esperado", este novo artigo publicado na Revista Brasileira de Educação Básica pode te ajudar a transformar a sua prática! Intitulado “Formação de Grupos de Alta Performance na ABP”, o texto apresenta uma proposta concreta e aplicável para professores que trabalham com Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) — uma das metodologias ativas mais promissoras da atualidade.

O estudo, assinado por Evandro Coelho dos Santos Filho e Fernando Silvio Cavalcante Pimentel, parte de uma pergunta central: por que alguns grupos funcionam bem e outros não, mesmo diante das mesmas propostas pedagógicas? A resposta está na forma como esses grupos são constituídos. A pesquisa traz um guia didático estruturado em oito etapas, que orienta a formação de grupos de alta performance, considerando aspectos como diversidade, engajamento, comunicação e complementaridade de perfis dos alunos.


Além de apresentar fundamentos teóricos sólidos, o artigo entrega uma ferramenta prática para que educadores possam planejar melhor os grupos de seus projetos, evitando frustrações e promovendo a verdadeira colaboração. O uso de metodologias ágeis também é destacado como diferencial para o acompanhamento e a autonomia dos estudantes. Em tempos em que se fala tanto de protagonismo estudantil e competências para o século XXI, essa leitura é essencial para quem deseja qualificar o trabalho em grupo na escola.

📄 Leia o artigo completo aqui: https://www.researchgate.net/publication/392691977
📚 Título: Formação de Grupos de Alta Performance na ABP
🗞️ Publicado na Revista Brasileira de Educação Básica, Ano 10, n. 33, jan-abr/2025.